Polícia deflagra operação contra esquema de lavagem de dinheiro do PCC em lojas de brinquedos
Operação Plush cumpre mandados em São Paulo e bloqueia R$ 4,3 milhões em bens e valores
247 - Uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (22) investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo. A ação, batizada de Operação Plush, foi conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), com apoio da Polícia Civil e da Secretaria de Estado da Fazenda.
De acordo com a Folha de S.Paulo, a investigação apura o uso de lojas de brinquedos como fachada para a movimentação de recursos ilícitos. A Justiça determinou o bloqueio e o sequestro de R$ 4,3 milhões em bens e valores, com o objetivo de garantir a reparação de danos e o pagamento de eventuais penas pecuniárias.
Mandados em shoppings de São Paulo
A Operação Plush cumpre seis mandados de busca e apreensão, sendo quatro deles em shoppings — entre eles o Shopping Mooca, o Shopping Center Norte, o Internacional de Guarulhos e um em Santo André. Segundo o Gaeco, as lojas faziam parte de uma rede de franquias controlada por pessoas ligadas ao PCC. As autoridades acreditam que o esquema foi montado para inserir dinheiro do tráfico de drogas no sistema formal, utilizando o comércio varejista como meio de disfarçar a origem dos valores.
Ligação com traficante assassinado
A Promotoria aponta que os alvos estão ligados a Claudio Marcos de Almeida, conhecido como Django, que teve papel de destaque na estrutura da facção. Django, segundo as investigações, comandava o comércio de drogas em larga escala e mantinha acesso a armamento pesado. Ele foi assassinado em janeiro de 2022, durante disputas internas do PCC.
Ainda de acordo com a reportagem, as investigações indicam que a ex-companheira de Django e sua irmã teriam movimentado altas quantias de dinheiro sem ocupação lícita declarada, abrindo quatro lojas de brinquedos para lavar recursos provenientes do tráfico.
Nome já havia surgido em operação anterior
Em abril de 2024, na Operação Fim da Linha, o nome de Django já havia sido citado como um dos principais cotistas da empresa UPBUS, responsável por serviços de transporte coletivo na capital paulista. Segundo o Ministério Público, a companhia era usada por integrantes do PCC para disfarçar ganhos ilícitos.


