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Oruam é denunciado por tentativa de homicídio qualificado contra policiais civis no Rio

Ministério Público pede condenação do rapper por atacar agentes com pedras durante operação policial

Oruam (Foto: Reprodução)

247 - O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por tentativa de homicídio qualificado contra dois policiais civis. A acusação tem como base os acontecimentos da madrugada de 22 de julho, quando uma equipe da Polícia Civil cumpria um mandado de busca e apreensão em sua residência, localizada no Joá, zona oeste do Rio. As informações são da CNN Brasil.

Segundo a denúncia, apresentada na última segunda-feira (28), o artista teria arremessado pedras de “grande peso e volume” contra o delegado Moysés Gomes e o oficial de cartório Alexandre Ferraz. O objetivo da operação era localizar “Menor Piu”, adolescente suspeito de atuar como segurança do traficante Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, chefe do Comando Vermelho no Complexo da Penha.

O MPRJ aponta que Oruam teria agido de forma “torpe e cruel”, com a clara intenção de causar lesões letais nos agentes. A Promotoria utilizou laudos periciais e até mesmo fundamentos da segunda Lei de Newton para demonstrar que a força dos impactos foi “muito acima do limiar de fratura óssea craniana, podendo resultar em lesões letais imediatas”.

O artista, de 25 anos, está preso desde o dia da operação. Ele se apresentou à polícia e atualmente está detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, na unidade conhecida como Bangu 3. A denúncia também inclui Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, que acompanhava o rapper no momento da ação e também teria lançado pedras contra os policiais.

Além dos depoimentos e exames periciais, o MP destaca vídeos em que Oruam desafia publicamente as forças de segurança. Em uma das gravações divulgadas em suas redes sociais, o rapper afirma: “quero vocês virem aqui, pô, me pegar aqui dentro do complexom não vai me pegar...”. Para o órgão, as imagens reforçam a conduta de afronta aos agentes e indicam que o acusado tentou incitar resistência armada contra a polícia no Complexo da Penha, território dominado pelo Comando Vermelho.

Diante da gravidade do caso, o Ministério Público solicitou a manutenção da prisão preventiva de Oruam e de Willyam, ressaltando os riscos à ordem pública. A Justiça agora analisará se aceita ou não a denúncia pelos crimes apontados.

Em paralelo, Oruam foi classificado como preso de "alta periculosidade" pela Delegacia de Capturas da Polinter. A avaliação, enviada à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), considera quatro níveis de risco e posiciona o rapper no terceiro grau mais elevado. A Polícia Civil justificou a classificação com base em uma série de fatores, entre eles, o suposto vínculo com o Comando Vermelho, o uso da residência para acolher foragidos da Justiça, o ataque direto a policiais e a incitação de apoiadores da facção contra a atuação do Estado.

Casos como o de Oruam passam por análise do Conselho de Inteligência das Polícias do Estado do Rio de Janeiro (Cinperj), que considera aspectos como reincidência, gravidade dos delitos, uso de violência e comportamento dos presos após a detenção.

Até o momento, as defesas de Oruam e de Willyam não se pronunciaram. A CNN Brasil informou que segue tentando contato com os advogados dos acusados.

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