Mansão de R$ 40 milhões alugada por Oruam era usada para abrigar foragidos, segundo a Justiça

247 - A luxuosa mansão alugada pelo rapper Oruam, avaliada em R$ 40 milhões e localizada em um dos pontos mais valorizados da zona sul do Rio de Janeiro, tornou-se o centro de uma investigação que resultou na prisão preventiva do artista. Segundo reportagem do portal O Globo, a Justiça do Rio confirmou que o imóvel servia de abrigo para foragidos da Justiça, reforçando suspeitas de que o cantor de 24 anos tem ligação direta com a facção criminosa Comando Vermelho.

Com três andares, vista deslumbrante para o mar e estrutura de alto padrão, a residência no bairro do Joá era frequentada por Oruam, sua namorada Fernanda Valença e até por um gato selvagem raro, de acordo com relatos. Mas, conforme apontado pela Polícia Civil, o imóvel também era usado de forma recorrente para esconder criminosos. “Ficou mais que comprovado que esse elemento travestido de artista é um criminoso bandido ligado diretamente ao CV”, afirmou o secretário da Polícia Civil do Rio, delegado Felipe Curi.

A decisão judicial que determinou a prisão de Oruam cita a "reiterada utilização de sua residência como local de acoitamento de criminosos foragidos". Em uma das ações, realizada em fevereiro deste ano, agentes encontraram na mansão um homem armado com pistola de uso restrito e numeração raspada, que já tinha mandado de prisão por envolvimento com organização criminosa. Em nova operação, na noite de segunda-feira (21), foi localizado no mesmo endereço um menor de idade procurado por tráfico e roubo.

O mandado de prisão preventiva foi expedido com base na denúncia da Polícia Civil, que investiga o envolvimento contínuo do cantor em atividades criminosas ligadas à facção chefiada por seu pai, o traficante Marcinho VP, atualmente preso em unidade federal. Oruam é acusado de sete crimes: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal.

Além das acusações, o delegado Felipe Curi relatou que o artista ameaçou o delegado Moysés Santana, responsável pela operação, e a equipe envolvida na ação. Após a investida policial, Oruam fugiu e estaria escondido no Complexo da Penha, também sob domínio do Comando Vermelho. “Agora foi para o Complexo da Penha ficar sob a segurança dos traficantes da facção chefiada pelo pai dele”, reforçou Curi.

Durante a audiência de custódia, a Justiça manteve a prisão preventiva do rapper, que se apresentou às autoridades dias depois. Ao se entregar, ele declarou: “Só pedir desculpa mesmo. Dizer que eu amo muito meus fãs. Eu vou dar volta por cima, tropa. Estou com Deus e tá tranquilão. Sou forte!”.

Oruam, que ganhou notoriedade como uma das promessas do trap nacional, agora enfrenta um dos capítulos mais difíceis de sua trajetória pública, com as investigações aprofundando suas ligações familiares e pessoais com o crime organizado.