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Criminalista Luiz Fernando Pacheco, sócio-fundador do Prerrogativas, é encontrado morto

Jurista era referência na defesa das prerrogativas da advocacia e atuou em casos de grande repercussão nacional

Luiz Fernando Pacheco (Foto: Reprodução/YouTube/#ProgramaDiferente)

247 - O advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco, de 51 anos, foi encontrado morto em uma rua do bairro de Higienópolis, em São Paulo, nesta quinta-feira (2). De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele passou mal enquanto estava na via pública e apresentou dificuldades para respirar. Socorrido pelo Samu, foi encaminhado ao Pronto-Socorro da Santa Casa, mas não resistiu. O caso foi registrado como morte súbita pelo 78º Distrito Policial.

Segundo o g1, o jurista havia sido dado como desaparecido em boletim de ocorrência registrado na terça-feira (30). Integrantes do Grupo Prerrogativas, coletivo do qual era sócio-fundador, relataram que Pacheco foi encontrado pela polícia sem documentos. Em nota, os colegas afirmaram estar “muito abalados com a notícia” e descreveram o advogado como um profissional “solidário, generoso e extremamente inteligente”.

Trajetória na advocacia

Com mais de três décadas de carreira, Pacheco foi reconhecido como uma das vozes mais firmes na defesa do direito de defesa e das prerrogativas da advocacia. Ele iniciou sua trajetória em 1994 no escritório do então ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, onde se tornou sócio em 2000. Anos depois, em 2013, fundou o escritório Luiz Fernando Pacheco Advogados, especializado em direito penal.

No cenário político e jurídico, destacou-se ao defender o ex-deputado federal José Genoino (PT) durante o chamado 'Mensalão', em 2014, episódio que projetou ainda mais sua atuação pública. Nesse mesmo ano, participou da fundação do Grupo Prerrogativas, coletivo que reúne juristas progressistas.

Reconhecimento institucional

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Leonardo Sica, lamentou a perda do colega. “Perdemos um amigo ímpar e um guerreiro do bem. A Ordem está em luto e o melhor que faremos é seguir honrando a luta pelo direito de defesa e das prerrogativas da advocacia, causas que ele abraçou com paixão e ética”, declarou.

Na OAB-SP, Pacheco atuou desde 2015 em diversas frentes. Foi membro da Comissão de Direito Penal e Econômico, conselheiro estadual e, entre 2021 e 2024, dedicou-se voluntariamente à área penal. Em 2022, durante a gestão de Patricia Vanzolini, assumiu a presidência da Comissão de Direitos e Prerrogativas, onde se destacou pelo fortalecimento da advocacia paulista.

Atuação em entidades e conselhos

Além de sua carreira nos tribunais e na Ordem, Pacheco também era vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e participou do Conselho Nacional Antidrogas da Presidência da República, ampliando sua contribuição para o debate sobre garantias individuais e políticas públicas.

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