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      Relator da CPMI do INSS ameaça dar voz de prisão a delegado da PF

      A CPMI apura um esquema bilionário de descontos irregulares aplicados diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS

      Alfredo Gaspar (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
      Laís Gouveia avatar
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      247 - O início dos trabalhos da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS foi marcado por tensão nesta quinta-feira (28). Durante uma reunião sigilosa, o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), chegou a ameaçar dar voz de prisão ao delegado da Polícia Federal Bruno Bergamaschi. A informação foi divulgada pela CNN Brasil.

      De acordo com a apuração, o impasse ocorreu quando o delegado foi questionado a respeito das associações suspeitas de envolvimento no esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Ao se recusar a prestar informações, Bergamaschi ouviu do relator a possibilidade de ser preso. O clima tenso foi contornado com a intervenção do presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).

      Ainda durante a sessão, chegou ao colegiado a informação de que o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia concedido habeas corpus ao delegado. A decisão autorizava Bergamaschi a se manifestar apenas sobre pontos já tornados públicos das investigações, resguardando informações sigilosas.

      Após o encontro, Alfredo Gaspar confirmou à imprensa que houve uma divergência com a testemunha. “Nós tivemos uma discordância sobre o que poderia ser falado ou não. Porque tinha muita coisa publicizada e o delegado estava interpretando que mesmo sobre o publicizado e as operações realizadas, ele não poderia falar”, afirmou o relator.

      A sessão também contou com a participação de Patrícia Bettin Chaves, coordenadora da Câmara de Coordenação e Revisão Previdenciária da Defensoria Pública da União (DPU), que prestou depoimento pela manhã.

      A CPMI apura um esquema bilionário de descontos irregulares aplicados diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS. A fraude foi revelada em abril deste ano após operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). Entre 2019 e 2024, entidades teriam cobrado ilegalmente cerca de R$ 6,3 bilhões de beneficiários, atingindo especialmente populações vulneráveis como indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

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