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PL da Dosimetria tem chances mínimas de avanço no Senado

Projeto que beneficia golpistas enfrenta resistência e desconfiança entre senadores

São Paulo (SP), 07/09/2025 - Ato em defesa da soberania e contra a anistia aos golpistas, na Praça da República (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

247 - Lideranças do Senado avaliam com cautela e desconfiança o Projeto de Lei da Dosimetria, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. Segundo relatos, as chances de avanço da proposta na Casa Alta são consideradas mínimas diante da resistência de figuras centrais da política.

De acordo com o Metrópoles, a distância entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem contribuído para o esfriamento da pauta. A urgência do projeto, que inicialmente previa anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, foi aprovada por ampla maioria — 311 votos favoráveis —, mas acabou reformulada. Sob relatoria de Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o texto passou a tratar da redução de penas, e não mais de perdão coletivo, como defendiam aliados de Jair Bolsonaro (PL).

Resistência no Senado após derrotas recentes

Nos bastidores, senadores afirmam que há um clima de baixa receptividade para propostas de grande repercussão vindas da Câmara. O principal exemplo é a rejeição à chamada “PEC da Blindagem”, que havia passado com folga entre os deputados, mas foi barrada no Senado após protestos massivos em diversas cidades.

Um líder ouvido destacou que o Senado estará “bem atento” a novas matérias após a experiência com a PEC considerada “constrangedora”, que ampliava a proteção de parlamentares contra investigações.

Relatoria sob desconfiança

A escolha de Paulinho da Força como relator do PL também causa reservas. Apesar de seu esforço em construir um texto de equilíbrio, a proximidade com setores da oposição ligados a Bolsonaro desperta críticas. As tentativas de interlocução com Davi Alcolumbre não surtiram efeito, e o relator transferiu o diálogo para Hugo Motta.

No entanto, os sinais vindos da presidência do Senado indicam que a proposta pode “morrer na praia” antes mesmo de avançar na Casa.

Alternativas descartadas

Antes da relatoria ser consolidada, Alcolumbre chegou a cogitar a formulação de um texto próprio, em sintonia com o Supremo Tribunal Federal (STF), que previa redução de penas. A iniciativa, porém, não prosperou e foi absorvida pela Câmara, o que gerou insatisfação entre senadores.

Lideranças partidárias da Casa Alta também avaliam que Hugo Motta enfrenta fragilidade política e que Alcolumbre age com prudência ao evitar assumir de imediato um compromisso com o tema.

Assim, a percepção predominante no Senado é de que o projeto da dosimetria dificilmente encontrará espaço para avançar no curto prazo.

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