Mulher espancada em elevador no DF por bolsonarista segue internada em clínica psiquiátrica após três semanas
Justiça ainda pode reclassificar o caso como tentativa de feminicídio
247- Três semanas após ser brutalmente agredida pelo companheiro dentro de um elevador no Guará, no Distrito Federal, uma mulher de 34 anos continua internada em uma clínica psiquiátrica. A informação foi confirmada por sua mãe ao g1, que relatou o estado emocional da filha após as agressões.
“Ela está muito triste e envergonhada, se sentindo culpada por algo que não tem culpa, pois ela é a vítima. Ainda está descompensada, vai levar um período para ela se restabelecer”, declarou a mãe, ressaltando o impacto psicológico das agressões.
O empresário Cleber Lúcio Borges, de 55 anos, acusado de espancar a companheira, foi denunciado pelo Ministério Público e tornou-se réu por lesão corporal. Ele segue preso preventivamente. A acusação, no entanto, ainda pode ser modificada para crimes mais graves, como tentativa de feminicídio, caso novas provas sejam incluídas no processo.
O caso
As imagens das câmeras de segurança do condomínio registraram as agressões no dia 1º de agosto. O vídeo mostra a vítima chamando o elevador. Quando as portas se abrem, é surpreendida pelo companheiro, que já inicia o ataque com um soco. Dentro da cabine, as agressões se intensificam: a mulher é golpeada repetidas vezes, cai no chão, tenta reagir, mas recebe mais socos e cotoveladas.
A cena dura quase quatro minutos. Ao final, Cleber sai do elevador, enquanto a mulher, caída, tenta acionar outro andar. O episódio gerou ampla repercussão e indignação nas redes sociais e em movimentos de defesa dos direitos das mulheres.
Próximos passos do processo
Com a aceitação da denúncia, a Justiça do DF abriu ação penal contra o empresário. O processo agora entra na fase de instrução, quando testemunhas e a própria vítima devem ser ouvidas, e novas provas podem ser apresentadas.
Ao término dessa etapa, o Ministério Público e a defesa de Cleber Lúcio apresentarão suas alegações finais, cabendo ao juiz José Lázaro da Silva decidir se o réu será condenado ou absolvido. Tanto o MP quanto a Polícia Civil aguardam documentos adicionais para complementar a investigação.
Impacto psicológico
O estado da vítima reforça a gravidade do crime, não apenas pelas lesões físicas, mas também pelo trauma emocional. A internação psiquiátrica e o sentimento de culpa relatado pela mãe expõem as consequências de longo prazo da violência doméstica. O caso também reacende o debate sobre a necessidade de medidas mais duras para coibir e punir agressores de mulheres no Brasil.