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Moraes ironiza versão da defesa de Torres: "secretário de Segurança é uma rainha da Inglaterra?"

Ministro contesta tese de que PM do DF não se subordinava ao secretário de Segurança durante ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023

Alexandre de Moraes (Foto: Fellipe Sampaio/STF)
Guilherme Levorato avatar
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247 - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu com ironia a uma tentativa da defesa de Anderson Torres de dissociar o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal do comando da Polícia Militar no dia 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília. A declaração foi feita durante sessão nesta quarta-feira (28), no âmbito da ação penal que investiga a articulação de uma tentativa de golpe de Estado no governo Jair Bolsonaro (PL), relata o g1

Na ocasião dos ataques, Anderson Torres — que chefiava a pasta de Segurança Pública do DF — encontrava-se nos Estados Unidos. A linha de defesa apresentada por seus advogados tenta minimizar sua responsabilidade, alegando que não havia relação de subordinação entre o secretário e o Comando-Geral da PMDF.

Durante o depoimento, o coronel da Polícia Militar Rosivan Correia de Souza, arrolado como testemunha da defesa, foi questionado sobre o vínculo da corporação com a secretaria de Segurança. “Não, senhor”, respondeu ele, ao ser indagado se havia subordinação direta. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, retomou a pergunta ao final da oitiva, mas o advogado de Torres interveio para reiterar que a relação era de "vinculação", e não de subordinação.

Alexandre de Moraes, relator da ação no STF e ex-secretário de Segurança Pública, rebateu a afirmação. “A relação é de total subordinação. É o secretário de Segurança que comanda a Polícia Militar e a Polícia Civil”, declarou o ministro, contrariando frontalmente a versão apresentada pela defesa.

Diante da insistência na tese de autonomia da PMDF, Moraes lançou mão da ironia: “o secretário de segurança é uma Rainha da Inglaterra aqui?”. A expressão remete à ideia de um cargo decorativo, sem poder real, o que para o ministro não corresponde à função exercida por Torres à época.

A resposta do coronel Rosivan foi cautelosa: “eu não diria uma rainha da Inglaterra, mas, aqui, atualmente a gente até tem uma vinculação que é mais forte. Hoje, existe até mais questão de subordinação”. Ele acrescentou que essa mudança se acentuou a partir do governo de Ibaneis Rocha, iniciado em 2023.

Moraes prosseguiu questionando o que exatamente Rosivan entendia por “vinculação”, ao que a testemunha acabou reconhecendo: “tem um vínculo com a secretaria. Seria uma certa subordinação”.

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