Haddad: espero que o movimento feito por União Brasil e PP não tenha o objetivo de anistiar golpistas
O ministro disse estar "preocupado" com a democracia brasileira
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou esperar que a saída das siglas União Brasil e PP do governo Lula (PT) não tenha sido resultado de movimentos pela anistia de políticos envolvidos na trama golpista investigada pela Procuradoria-Geral da República e pelo Supremo Tribunal Federal.
"Tomara que não seja", disse Haddad nesta quarta-feira (3) após ser questionado pelo apresentador Datena se haveria "debandada" das duas siglas. O ministro disse estar "preocupado" com a democracia brasileira por causa dos movimentos pela anistia. Trechos da entrevista foram divulgados na Rede TV.
As cúpulas do União Brasil e do PP determinaram que todos os detentores de mandato devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal. A medida atinge os ministros do Esporte, André Fufuca (PP), e do Turismo, Celso Sabino (União).
Os dois partidos formaram uma federação chamada União Progressista. A UP passou a ser a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares. No Senado são 14 congressistas - o número deve chegar a 15 nesta semana e se tornar a maior bancada do Senado
A união das suas legendas forma 1.335 prefeitos no Brasil. É o maior número de prefeituras, ficando acima do PSD (889). A UP tem 7 governadores.
Sobre a anistia, comandada por Haddad, a pesquisa Atlas/Bloomberg, divulgada em 14 de agosto, apontou que a maioria da sociedade brasileira é contra o perdão judicial para as pessoas envolvidas em tentativas de golpe.
No Supremo Tribunal Federal, o inquérito da trama golpista teve como resultado 31 réus, incluindo Jair Bolsonaro (PL) e ex-ministros. Já os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023, com pelo menos 643 réus até agora, fazem parte de uma investigação mais ampla, a do plano sobre a tentativa de golpe.