Federação União-PP abrirá brecha para permanência 'em caráter pessoal' de ministros no governo Lula
Partidos deixarão a base aliada do governo
247 - A federação entre União Brasil e Progressistas (PP), que será oficializada nesta terça-feira (19), já nasce com um ponto de conciliação importante em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com a Folha de S.Paulo, a aliança partidária deve aprovar, até o fim do ano, uma diretriz para orientar o desembarque da base governista, mas com espaço para exceções que garantam a permanência de alguns ministros no primeiro escalão.
A decisão abre caminho para que os quatro ministros ligados às legendas sigam no Executivo federal sem risco de sanções internas. São eles: Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Integração Regional) e Frederico de Siqueira (Comunicações), todos do União Brasil, além de André Fufuca (Esporte), pelo PP.
Exceção "pessoal" e cálculo político
Segundo interlocutores da futura federação, a saída imediata dos ministros traria mais desgaste do que benefícios. A fórmula encontrada foi permitir a permanência temporária “em caráter pessoal”, até que se aproxime o prazo legal de desincompatibilização, em abril do próximo ano.
O movimento leva em conta também a dependência desses nomes da boa vontade do presidente Lula em seus projetos eleitorais. Celso Sabino deve disputar o Senado pelo Pará; Fufuca prepara candidatura ao Senado no Maranhão; e Waldez Góes deve concorrer pelo Amapá. A exceção é Frederico de Siqueira, considerado um quadro técnico, sem ambições eleitorais para 2026.
Saída programada e alinhamento
A avaliação dentro das siglas é de que uma ruptura imediata com o Planalto poderia criar atritos desnecessários, inclusive com os ministros já em campanha. Ao adiar o desembarque, a federação busca preservar a relação com Lula até que os movimentos eleitorais se consolidem no próximo ano.