Comissão da Câmara critica Lula por defender a ordem internacional no caso do Irã
Parlamentares se alinham com o caos e a barbárie nas relações internacionais
247 – Num gesto que expõe a fragilidade de parte do sistema político brasileiro diante das normas do direito internacional, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados atacou neste domingo (22) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Ministério das Relações Exteriores por terem se posicionado contra os ataques militares dos Estados Unidos ao Irã. A informação foi divulgada pela CNN Brasil, que reportou a nota do Itamaraty e a reação hostil de parlamentares alinhados com interesses estrangeiros.
A nota emitida pelo Itamaraty — posteriormente republicada por Lula em suas redes sociais — reafirma a tradição diplomática brasileira de respeito à soberania dos povos, à paz e à legalidade internacional. “O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
O comunicado ainda destacou os riscos catastróficos da ação militar: “Ações armadas contra instalações nucleares representam grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala”.
Mesmo diante dessa postura coerente com os princípios da Carta da ONU e com o histórico da diplomacia brasileira, a comissão da Câmara — composta majoritariamente por parlamentares simpáticos à política externa agressiva de Washington — criticou a posição do Itamaraty. Em nota, classificaram a manifestação como uma “posição alinhada com o Irã” e chegaram ao absurdo de afirmar que “a destruição do Programa Nuclear iraniano era desejada por boa parte do mundo”, ignorando os riscos humanitários e geopolíticos de uma ação unilateral.
O ataque militar foi anunciado na noite de sábado (21) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou ter realizado um “ataque muito bem-sucedido” contra instalações nucleares iranianas em Fordow, Natanz e Isfahan. A ofensiva provocou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU no domingo (22), em Nova York. O secretário-geral António Guterres foi enfático: “O ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã marca uma virada perigosa em uma região que já está em crise.”
Enquanto o presidente Lula reafirma a posição do Brasil como defensor da paz, da mediação e do equilíbrio entre as nações — princípios que sempre guiaram a política externa brasileira —, setores do Legislativo preferem se alinhar com a lógica da força e da destruição, revelando desprezo pelas normas internacionais e pela segurança coletiva. O contraste é claro: de um lado, o compromisso com a civilização; do outro, a rendição ao belicismo.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: