Italianos protestam contra Israel em jogo das eliminatórias da Copa
Organizadores pediram que a Fifa expulse Israel de todas as competições, acusando a federação israelense de “apoiar as políticas de ocupação e apartheid”
247 - Milhares de pessoas saíram às ruas de Udine, no norte da Itália, nesta terça-feira (14), em um grande ato em solidariedade ao povo palestino e contra a presença da seleção de Israel nas eliminatórias da Copa do Mundo, segundo reportou a agência Reuters.
A manifestação, que reuniu mais de 5 mil participantes, de acordo com estimativas da polícia local, antecedeu a partida entre as seleções de Itália e Israel, disputada no Estádio Friuli, e foi marcada por fortes críticas às políticas israelenses e à posição da Fifa diante da guerra em Gaza.
Os organizadores do protesto pediram que a entidade máxima do futebol expulse Israel de todas as competições internacionais, acusando a federação israelense de “apoiar as políticas de ocupação e apartheid” nos territórios palestinos.
“Mostre a Israel o cartão vermelho”
Com bandeiras palestinas, faixas e cartazes, os manifestantes carregaram uma bandeira de 18 metros com as cores da Palestina e uma faixa vermelha com o lema da marcha: “Mostre a Israel o cartão vermelho”.
Entre as esculturas instaladas no percurso, chamou atenção uma estátua metálica da justiça, que segurava uma balança em uma mão e um cartão vermelho na outra — símbolo do apelo por sanções esportivas e diplomáticas.
“Houve um cessar-fogo, mas não a paz. Como escrevi em meu cartaz, não pode haver paz sem justiça”, declarou Valentina Bianchi, uma das manifestantes, à agência Reuters.
O protesto transcorreu de forma majoritariamente pacífica, mas terminou em confronto após grupos isolados lançarem fogos de artifício e objetos contra a polícia. As forças de segurança responderam com canhões de água e gás lacrimogêneo, ferindo pelo menos um jornalista, segundo a agência Ansa.
O governo local adotou uma série de medidas preventivas, como bloqueio de ruas, barreiras de concreto e zonas de segurança em torno do estádio. Lojas e restaurantes fecharam mais cedo temendo novos incidentes, após semanas de manifestações em várias cidades italianas contra a ofensiva israelense em Gaza.
De acordo com a federação italiana de futebol, apenas 9 mil ingressos foram vendidos para o jogo, número bem inferior à capacidade reduzida do estádio, de 16 mil lugares.