Ministros do União Brasil dizem a Lula que querem ficar no governo após ataques do presidente do partido
Os ministros foram questionados pelo presidente após dirigentes do partido aumentarem as críticas ao governo
247 - Os ministros Celso Sabino (Turismo), Frederico Siqueira (Comunicações) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), indicados pelo União Brasil, garantiram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que desejam permanecer no governo e não concordam com as críticas feitas por dirigentes do partido à atual gestão federal. As informações são do g1.
Convocados por Lula, os ministros foram questionados diretamente sobre sua permanência no Executivo, em meio ao crescente desgaste na relação entre o governo e a cúpula do União Brasil — especialmente após declarações públicas do presidente da sigla, Antonio Rueda. Em evento recente com representantes do mercado financeiro, Rueda acusou o governo de não fazer entregas, de não ter compromisso com as contas públicas e ainda criticou a postura de Lula diante do tarifaço imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros.
As falas de Rueda causaram desconforto no Planalto e foram o estopim para a convocação da reunião. Durante o encontro, os ministros ressaltaram que o União Brasil é um partido de posições diversas e afirmaram que não endossam a postura de confronto adotada pela direção nacional. Apesar de o partido já ter um pré-candidato à Presidência — o governador de Goiás, Ronaldo Caiado — os ministros sinalizaram disposição individual de apoiar Lula em 2026.
Embora ocupe três ministérios, o União Brasil tem adotado uma postura legislativa hostil ao governo, votando com frequência contra pautas de interesse do Palácio do Planalto. Para tentar reorganizar a base, Lula pretende realizar um novo encontro com líderes do partido em agosto. A ideia é reunir figuras estratégicas como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), os líderes da legenda na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), e no Senado, Efraim Filho (PB), além do próprio Rueda.
Mais cedo no mesmo dia, Lula também se reuniu com a ala governista do MDB em um almoço no Palácio da Alvorada. Estiveram presentes os ministros Renan Filho (Transportes), Simone Tebet (Planejamento) e Jader Filho (Cidades), além dos líderes do partido na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), e no Senado, Eduardo Braga (AM). O senador Renan Calheiros (AL) também participou.
De tom mais informal, a conversa girou em torno da conjuntura política, das prioridades no Legislativo e da disputa presidencial de 2026. O presidente manifestou o desejo de ter o MDB em sua chapa para a reeleição. No entanto, segundo interlocutores presentes, o apoio formal da legenda ainda está distante. “Tem muito mais gente para estar nessa conversa. Ali era um grupo já próximo do presidente”, disse, em condição de anonimato, um ministro do partido.
Internamente, líderes do MDB reconhecem que o apoio à candidatura de Lula dependerá de concessões políticas. Entre as exigências em discussão está a indicação de um nome do partido para a vice-presidência na chapa, sendo Simone Tebet uma das opções cogitadas. Lula também expressou preocupação com a formação de candidaturas ao Senado, diante da crescente força de lideranças ligadas ao bolsonarismo.
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