Rui Costa afirma que diálogo entre Lula e Trump abre caminho para nova fase nas relações Brasil-EUA
Ministro da Casa Civil diz que conversa entre os presidentes marca o fim das tensões e o início de uma retomada diplomática baseada em respeito
247 – O ministro da Casa Civil, Rui Costa, avaliou que a recente conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, simboliza o início de uma nova etapa nas relações entre os dois países. Em entrevista concedida à rádio Salvador FM, repercutida pelo Valor Econômico nesta terça-feira (7), ele classificou o diálogo como um “ponto de partida” para restabelecer um relacionamento “civilizado e sem agressões”.
“A conversa foi importante. O Brasil e os Estados Unidos têm uma tradição diplomática e comercial de mais de 200 anos. Não faz sentido essa animosidade, essa agressão que o Brasil sofreu”, afirmou o ministro. Para Rui Costa, o gesto de aproximação mostra que o governo brasileiro está comprometido com o entendimento e com a reconstrução de pontes diplomáticas. “O Brasil não quer confusão com ninguém. Queremos cultivar amizade, negócios e parcerias com todas as nações”, acrescentou.
Retomada do diálogo e fim das hostilidades
De acordo com Rui Costa, o telefonema entre os dois presidentes abre espaço para uma agenda mais construtiva entre Brasília e Washington. “A ligação foi um ponto de partida”, reiterou. O ministro destacou que a retomada do diálogo é essencial para superar o período recente de tensões políticas e comerciais e restaurar o tom histórico de cooperação entre as duas democracias.
Durante a conversa, que durou cerca de 30 minutos na manhã de segunda-feira (6), Lula e Trump trataram do tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros. O encontro, ainda sem data definida, deverá ocorrer “em breve”, segundo o governo, e sinaliza o desejo mútuo de reconstruir a confiança entre os dois países.
Designação de equipes e novas expectativas
O contato entre os líderes também resultou na definição dos representantes que darão sequência às negociações. Pelo lado brasileiro, foram escolhidos os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Fernando Haddad (Fazenda). Os Estados Unidos indicaram o secretário de Estado Marco Rubio como interlocutor direto.
Rui Costa afirmou que o diálogo poderá abrir caminho para a revisão de sanções econômicas e restrições impostas a autoridades brasileiras, medidas que ele considera incompatíveis com a tradição diplomática entre os dois países. “Isso não corresponde à história das relações entre Brasil e Estados Unidos. Esse telefonema nos permite ser otimistas de que as negociações voltarão ao lugar de onde nunca deveriam ter saído: a mesa de diálogo”, declarou.
Diplomacia como ferramenta de reconstrução
A posição de Rui Costa reflete o esforço do governo Lula em restabelecer a política externa brasileira como instrumento de cooperação, diálogo e protagonismo internacional. A retomada da comunicação direta com Washington é vista como um passo estratégico para fortalecer o comércio, atrair investimentos e reafirmar o papel do Brasil como potência diplomática e mediadora no cenário global.