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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Extremismo de Rubio tem limite: a obediência a Trump

Rubio é um falcão da extrema-direita norte-americana e mundial, não há dúvida. Acontece que sua indicação era óbvia

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington, D.C. - 17/07/2025 (Foto: REUTERS/Nathan Howard)

De Eduardo Bolsonaro ao mais insignificante lacaio da extrema direita, os que tentam totalmente depreciar a conversa telefônica de segunda-feira, 6/10, entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apelam para um mesmo argumento: a indicação de Marco Rubio como interlocutor nas negociações com o Brasil será uma pedra no caminho da reaproximação bilateral.

Eduardo Bolsonaro chegou a falar que Trump “golaço” fez um golaço com a indicação. Golaço foi ele e o bolsonarismo sofreram. Todo o esforço dele e de seu comparsa Paulo Figueiredo virou pó.

Durante a crise Rubio foi mesmo muito hostil ao Brasil, e suas agressões, de cunho fortemente ideológico, estão documentadas por suas várias postagens em que ele ataca a caça às bruxas, a perseguição a Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, sempre tratado como censor, perseguidor e inimigo da liberdade de expressão.

Rubio é um falcão da extrema-direita norte-americana e mundial, não há dúvida. Acontece que sua indicação era óbvia pelo cargo que ocupa, o de Secretário de Estado, chefe da diplomacia. Este é um cargo de confiança do ocupante da Casa Branca.

Se Trump, Pragmaticamente, optou pelo reatamento das boas relações com o Brasil, seja para conter a inflação de produtos como carne e café, em boa parte importados do Brasil, seja para garantir o acesso às terras raras e minerais raros disponíveis em território brasileiro, para atender às demandas industriais estratégicas norte-americanas, Rubio terá que perseguir estes objetivos.

Suas conversas com o chanceler Mauro Vieira terão que refletir o pragmatismo e os interesses de seus chefes. Tanto Lula quanto Trump falam em boa química, mas estão sendo mesmo é pragmáticos.

Se em algum momento Rubio recrudescer na guerra ideológica, Mauro relatará isso a Lula, que poderá fazer uso do número reservado que Trump lhe deu para se falarem diretamente, se for necessária.

Rubio sabe qual é seu limite. Trump não precisou "enquadrá-lo", como dizem alguns. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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