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Melhora de Lula é perceptível, mas não garante ‘tranquilidade’, diz Felipe Nunes

Pesquisa da Quaest aponta recuo de 7 pontos na diferença entre reprovação e aprovação do governo Lula

Felipe Nunes e Lula (Foto: Reprodução/Youtube | Ricardo Stuckert/PR)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Apesar de uma melhora perceptível na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo ainda enfrenta um ambiente de desconfiança da maioria dos brasileiros. É o que mostra a mais recente pesquisa realizada pela Quaest, divulgada nesta quarta-feira (17). O levantamento revela que, entre maio e julho, a diferença entre desaprovação e aprovação do governo Lula diminuiu em sete pontos percentuais. Para o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest e responsável pelo estudo, o avanço é relevante, mas insuficiente para assegurar estabilidade política. “A melhora existe, mas não é sinônimo de tranquilidade”, alertou, em entrevista ao Valor.

O principal destaque da análise de Felipe Nunes é a constatação de que o governo conseguiu “falar para além do seu público” após a adoção de medidas consideradas impopulares, como o chamado tarifaço. Para o cientista político, a administração federal deu sinais de reverter a tendência de queda que vinha enfrentando. “Houve uma recuperação que não se limitou apenas à base tradicional do presidente”, observou Nunes, em entrevista ao Valor Econômico.

Ainda assim, ele pondera que o resultado não é garantia de consolidação da aprovação. “É imprevisível se o avanço vai se manter”, declarou. Segundo Nunes, o governo conseguiu reduzir a rejeição, mas a desaprovação ainda é superior à aprovação, o que caracteriza uma situação de fragilidade.

Efeito do tarifaço e comunicação política

A pesquisa aponta que a melhora coincide com a reação do governo após o tarifaço, pacote de medidas que elevou tarifas de serviços públicos e gerou repercussão negativa no primeiro momento. O impacto inicial, segundo analistas da Quaest, foi absorvido, e o governo adotou uma estratégia de comunicação mais eficiente para explicar a necessidade dos reajustes e reforçar sua agenda social.

Nunes destacou que, mesmo em meio às turbulências, a administração petista conseguiu ampliar sua margem de apoio, sobretudo em segmentos da população que vinham demonstrando maior resistência. Ainda assim, ele alerta que o efeito positivo pode ser temporário. “O desafio é manter a curva ascendente e transformar essa recuperação em algo consistente”, avaliou.

Cenário ainda é desafiador

A despeito da melhora recente, o cenário geral ainda é desfavorável ao governo. A rejeição segue maior que a aprovação, indicando que há um longo caminho a ser percorrido para reconquistar a confiança da maioria da população. Além disso, o ambiente político e econômico segue instável, com desafios como o controle da inflação, a retomada do crescimento econômico e a redução das desigualdades sociais.

Para Felipe Nunes, o governo Lula vive um momento de virada, mas a consolidação desse movimento dependerá de resultados mais efetivos nos próximos meses. “O governo deu sinais de melhora, mas ainda não há segurança sobre a continuidade dessa tendência. O momento é positivo, mas a estabilidade política só será alcançada se a aprovação ultrapassar a reprovação de maneira consistente”, concluiu.

Principais pontos da pesquisa Quaest

  •  Diferença entre desaprovação e aprovação do governo caiu 7 pontos percentuais entre maio e julho;
  •  Governo Lula conseguiu ampliar o diálogo com setores fora da base tradicional;
  •  Impacto do tarifaço foi parcialmente revertido com uma comunicação mais eficaz;
  •  Rejeição ainda supera aprovação, exigindo cautela e esforço contínuo do governo.

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