Lula intensifica apoio à Venezuela, enquanto Corina e Folha promovem intervenção
A opositora do chavismo também atacou Rússia, Cuba e o Irã
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu ontem os governos da Venezuela, presidida por Nicolás Maduro, e de Cuba, do presidente Miguel Díaz-Canel. Mais de 10 mil soldados foram deslocados para a região do Caribe após o governo Donald Trump (EUA) alegar necessidade de combate ao narcoterrorismo.
Enquanto o presidente sai em defesa da soberania de países da América Latina, a opositora do chavismo Maria Corina Machado e a Folha de S.Paulo atacam o governo de Nicolás Maduro. O jornal concedeu um amplo espaço à ex-deputada venezuelana, que ganhou o Nobel da Paz de 2025, e sugeriu que ela é alvo de uma ditadura.
No Congresso anual do PCdoB, o presidente Lula destacou a importância do tema. "O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba", disse.
Já Maria Corina citou o presidente norte-americano, Donald Trump, para defender uma intervenção na Venezuela. A opositora falou sobre venezuelanos que deixaram o próprio país.
“A diáspora venezuelana é extraordinária, praticamente em sua totalidade. E, de fato, precisa de proteção — até o dia em que possa regressar à Venezuela. É uma proteção temporária. Estamos não apenas preocupados, mas trabalhando para que, no momento em que puderem voltar, estejam protegidos. Felizmente, este dia está próximo, e o presidente Trump está fazendo muito para que isso aconteça. Ele é o líder que mais claramente entende a necessidade de desmontar este sistema criminoso, e nós, venezuelanos, somos profundamente gratos a ele”.
Maria Corina sobre Lula e o Brasil
Na entrevista à Folha, a opositora comentou sobre o cenário da América do Sul. “Acho que, neste momento, apesar das diferenças evidentes que surgiram entre o governo do Brasil e Nicolás Maduro —porque é claro que ele ultrapassou todos os limites, rompendo até antigas alianças—, ainda existem canais”, disse a opositora.
“Seria muito útil que o presidente Lula, assim como os demais chefes de Estado do continente, enviasse uma mensagem clara a Maduro: ‘Chegou a sua hora de ir embora. Acabou. Vá, para o seu próprio bem, Maduro. Aceite isso."
Ataques contra Venezuela, Cuba, Rússia e Irã
Na entrevista, Maria Corina continuou seus ataques contra a Venezuela. “Pedimos ao mundo inteiro, durante anos, que reconheça que a tirania no nosso país não é uma ditadura convencional. Estamos falando de um regime criminoso e narcoterrorista que utiliza os recursos obtidos com suas atividades ilícitas para reprimir”, complementou
“É terrorismo de Estado para dentro e narcoterrorismo para fora. Temos pedido que esses fluxos sejam interrompidos, e precisamente essas ações no âmbito da operação antinarcóticos buscam cortar essas fontes de financiamento. E isso é algo que nós, os venezuelanos —a imensa maioria—, agradecemos profundamente”.
A opositora do chavismo também atacou outros países. “Gostaria de que todos os governos da América Latina se pronunciassem sobre a invasão que há anos ocorre em meu país, com a presença de agentes cubanos, russos, iranianos, a atuação livre de grupos terroristas como o Hezbollah, Hamas, os cartéis de drogas —o próprio Cartel de los Soles— e a guerrilha colombiana. Eles ocuparam a Venezuela e infiltraram nossas instituições”.


