BNDES aprovou R$ 10,3 bi ao setor automotivo desde 2023, maior volume anual desde 2016
Montante supera em 112% 2019-2022; banco associa alta ao Nova Indústria Brasil e ao Mover, com foco em híbridos, inovação e exportações
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 10,3 bilhões em crédito para a cadeia automotiva entre janeiro de 2023 e setembro de 2025, assegurando o maior volume anual desde 2016 e sinalizando aceleração de investimentos em tecnologia e descarbonização no país.
Os dados foram antecipados pela Broadcast, do Estadão, que informou também a comparação histórica: o total aprovado no período recente é 112% superior aos R$ 4,9 bilhões registrados entre 2019 e 2022.
De acordo com o banco de fomento, apenas de janeiro a setembro de 2025 foram aprovados R$ 5 bilhões para o setor, superando qualquer ano completo desde 2016 (quando as aprovações somaram R$ 4,7 bilhões). Os financiamentos contemplam toda a cadeia automobilística, de fabricantes de autopeças às montadoras, incluindo linhas voltadas à inovação e ao impulso das exportações.
Em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o apoio atual prioriza tecnologias de transição energética. “O apoio do BNDES ao setor automotivo contribui, especialmente, para impulsionar os veículos híbridos, que articulam o biocombustível brasileiro e os motores elétricos, que estão atraindo grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento e que representam um gigantesco potencial para o Brasil. Além disso, o setor gera empregos de qualidade, impulsiona a inovação tecnológica e movimenta uma ampla rede de fornecedores que fortalece a economia nacional como um todo”, diz.
A instituição credita o avanço das aprovações ao arcabouço de políticas industriais lançado pelo governo federal, com destaque para o plano Nova Indústria Brasil e o programa Mover. As duas iniciativas miram a descarbonização da frota, o desenvolvimento tecnológico e o ganho de competitividade internacional, ao mesmo tempo em que estimulam P&D, nacionalização de componentes e ampliação do conteúdo tecnológico produzido no país.
Segundo o BNDES, o foco em híbridos que combinam biocombustíveis e eletrificação tem favorecido projetos que cruzam indústria automobilística, agronegócio e base de fornecedores, ampliando o potencial de encadeamento produtivo e empregos qualificados. Além do efeito direto sobre montadoras e sistemistas, a expansão do crédito busca ativar exportações e consolidar o Brasil como polo de tecnologia automotiva de baixa emissão.


