Volvo planeja até 800 demissões nos EUA em meio ao caos gerado pelas tarifas de Trump

247 - O Grupo Volvo anunciou que poderá demitir até 800 trabalhadores em suas operações nos Estados Unidos nos próximos três meses, como resposta à instabilidade do mercado provocada pela política tarifária do presidente norte-americano, Donald Trump. A informação é da Reuters.

As demissões deverão ocorrer na fábrica da Mack Trucks em Macungie, na Pensilvânia, e em outras duas instalações localizadas em Dublin, Virgínia, e Hagerstown, Maryland. Segundo o comunicado da companhia, entre 550 e 800 funcionários serão afetados. A Volvo emprega cerca de 20 mil pessoas na América do Norte.

"Os pedidos de caminhões pesados continuam a ser afetados negativamente pela incerteza do mercado sobre as taxas de frete e demanda, possíveis mudanças regulatórias e o impacto das tarifas", afirmou um porta-voz do Volvo Group North America, em nota.

"Lamentamos ter que tomar essa medida, mas precisamos alinhar a produção com a redução da demanda por nossos veículos", acrescentou.

As declarações refletem o impacto direto das políticas comerciais adotadas pelo governo Trump, que tem promovido um pacote de tarifas sobre produtos importados, incluindo componentes utilizados na fabricação de veículos.

Especialistas apontam que a estratégia do presidente republicano desestruturou um sistema de comércio global que funcionava há mais de sete décadas. O aumento das tarifas, especialmente sobre produtos vindos da China e do México, elevou os custos de produção e gerou insegurança entre empresas e consumidores.

O setor automotivo tem reagido com apreensão à nova política comercial. Marcas como Volkswagen, Audi e Jaguar já anunciaram a suspensão de exportações para os Estados Unidos. No Brasil, a medida também deve ter reflexos, com a possibilidade de encarecimento de veículos zero-quilômetro.

A decisão da Volvo de reduzir seu quadro de funcionários é mais um sinal das dificuldades enfrentadas pela indústria automotiva no atual cenário. A incerteza quanto à demanda futura, somada à alta nos custos de produção, tem forçado empresas a repensarem suas estratégias e operações no país.