União Europeia deve apresentar proposta para remover tarifas dos EUA esta semana, atendendo demanda de Trump
Comissão Europeia visa eliminação de tarifas sobre bens industriais americanos e tarifas preferenciais para produtos agrícolas e frutos do mar
247 - A União Europeia (UE) deve apresentar ainda esta semana uma proposta para a remoção das tarifas sobre os bens industriais dos Estados Unidos, atendendo a uma exigência do presidente Donald Trump. A medida foi divulgada por fontes próximas ao assunto e deve ser acompanhada de uma legislação que altere as tarifas, visando o cumprimento de um acordo comercial entre as duas partes.
Segundo informações da Bloomberg, a proposta inclui também tarifas preferenciais para certos produtos agrícolas e frutos do mar, uma concessão da UE para facilitar a negociação e estabelecer maior estabilidade para os negócios no bloco.
A Comissão Europeia, responsável pelas questões comerciais do bloco, reconhece que o acordo com os EUA favorece o lado americano, mas considera essencial a sua implementação para garantir previsibilidade aos mercados. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão, já havia descrito o acordo como “forte, embora não perfeito”, uma avaliação que reflete a complexidade das negociações entre as duas potências. O acordo será acelerado sem a realização de uma avaliação de impacto, procedimento normalmente seguido pela Comissão em propostas desse tipo.
A proposta do presidente Trump inclui, além da remoção das tarifas sobre bens industriais, uma revisão da tarifa de 27,5% sobre exportações de carros e peças automotivas europeias. Caso a legislação seja apresentada até o final deste mês, a tarifa de 15% sobre os carros da UE será retroativa a 1º de agosto, o que favoreceria significativamente as exportações, especialmente da Alemanha, que em 2024 enviou US$ 34,9 bilhões em carros e peças para os Estados Unidos.
Embora a medida para os automóveis tenha gerado um avanço nas negociações, Trump também lançou ameaças de impostos e outras sanções a países que taxam serviços online, incluindo os serviços de gigantes de tecnologia dos EUA, como o Google e a Apple. Até o momento, ele não especificou quais países seriam afetados nem se a UE estaria envolvida nesse novo conflito comercial.