União Europeia anuncia novo pacote de sanções contra a Rússia
Medidas incluem embargo total a gigantes energéticas russas e punições a empresas chinesas e indianas acusadas de driblar sanções
247 - A União Europeia (UE) aprovou nesta quarta-feira (22) um novo pacote de sanções contra a Rússia, ampliando o cerco econômico ao país em meio ao prolongamento do conflito na Ucrânia. O conjunto de medidas, o 19º desde o início da guerra, prevê cortes adicionais nas importações de gás e petróleo russos, além de restrições severas a empresas e embarcações ligadas ao setor energético.
De acordo com informações divulgadas pela Reuters e confirmadas por Lars Aagaard, ministro do Clima, Energia e Serviços Públicos da Dinamarca — país que atualmente preside o Conselho Europeu —, o acordo entre os Estados-membros foi alcançado após a retirada do veto da Eslováquia. A aprovação formal do texto está prevista para esta quinta-feira (23).
Novas medidas e alcance global das sanções
O novo pacote amplia significativamente o alcance das punições econômicas da UE. Segundo a proposta apresentada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, quatro companhias do setor petrolífero da China serão incluídas na lista de sanções por ajudarem Moscou a contornar restrições ocidentais. Também há possibilidade de que empresas indianas passem a ser afetadas, em um movimento que reforça o caráter global das medidas de Bruxelas.
Além disso, o bloco europeu decidiu proibir completamente as importações de gás natural liquefeito (GNL) russo e sancionar 118 navios identificados como parte da chamada “frota-fantasma” — embarcações que, segundo autoridades europeias, têm sido usadas para transportar petróleo russo burlando os controles internacionais.
As gigantes energéticas Rosneft e Gazpromneft serão alvo de embargo total, ficando proibidas de realizar qualquer tipo de transação com empresas e instituições financeiras do bloco. Em nota, a Comissão Europeia afirmou que as novas medidas têm como objetivo “aumentar a pressão econômica sobre Moscou e seus parceiros comerciais”.
Reação de Moscou
O Kremlin reagiu com ironia às novas sanções, minimizando seu impacto sobre a economia russa. “Os últimos três anos demonstraram isso claramente com os 18 pacotes anteriores. Bem, não cabe a nós, mas a outros, julgar o quão eficazes eles foram”, declarou o porta-voz Dmitry Peskov.
Ele também criticou os efeitos colaterais das medidas para os próprios países europeus, afirmando que a UE “persiste neste caminho destrutivo” e que as restrições têm causado mais danos às economias do bloco do que à Rússia.


