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      Ucrânia promete retaliar após ataques russos ao setor de energia

      Ataques de drones russos contra instalações de energia no norte e no sul da Ucrânia durante a noite deixaram quase 60 mil consumidores sem eletricidade

      Volodymyr Zelensky - 13/8/2025 (Foto: REUTERS/Liesa Johannssen)
      Bianca Penteado avatar
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      KIEV, 31 de agosto (Reuters) – Ataques de drones russos contra instalações de energia no norte e no sul da Ucrânia durante a noite deixaram quase 60 mil consumidores sem eletricidade. O presidente Volodymyr Zelenskiy prometeu retaliar ordenando novos ataques em profundidade dentro da Rússia.

      Três anos e meio após o início da guerra, Rússia e Ucrânia intensificaram os bombardeios aéreos nas últimas semanas. Moscou tem mirado no sistema energético e de transporte ucraniano, enquanto Kiev ataca refinarias e oleodutos russos.

      “Continuaremos nossas operações ativas exatamente da forma necessária para a defesa da Ucrânia. As forças e recursos estão prontos. Novos ataques em profundidade também foram planejados”, declarou Zelenskiy na rede X, após reunião com o comandante militar Oleksandr Syrsky, sem dar detalhes adicionais.

      A maior companhia privada de energia da Ucrânia, a DTEK, informou que drones russos atingiram quatro instalações energéticas na região de Odessa durante a madrugada. Autoridades locais relataram que 29 mil pessoas ficaram sem eletricidade no início do domingo.

      A cidade portuária de Chornomorsk, nos arredores de Odessa, foi a mais atingida, com casas e prédios administrativos danificados, disse Oleh Kiper, governador da região. “A infraestrutura crítica está operando com geradores”, afirmou no Telegram. Uma pessoa ficou ferida no ataque, segundo ele.

      Em águas próximas ao porto estratégico, um navio cargueiro de bandeira de Belize sofreu danos leves após atingir um artefato explosivo desconhecido, disseram duas fontes à Reuters sob condição de anonimato.

      Apelo do Papa por cessar-fogo

      No norte do país, drones russos também atacaram a região de Chernihiv na madrugada de domingo, danificando instalações de energia e deixando 30 mil residências sem eletricidade, incluindo parte da cidade de Nizhyn, informou o governador local, Viacheslav Chaus.

      As Forças Armadas da Ucrânia disseram que a Rússia lançou 142 drones durante a noite e que a defesa aérea conseguiu derrubar a maioria deles, mas ainda assim os equipamentos atingiram 10 localidades.

      O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas forças destruíram infraestrutura portuária ucraniana usada, segundo Moscou, para fins militares. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente essas informações.

      A escalada dos combates ocorre no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lidera esforços para pôr fim à guerra, iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão em grande escala da Ucrânia por Moscou.

      O Exército ucraniano afirmou no domingo que, apesar das declarações de Moscou sobre uma ofensiva bem-sucedida no verão, as forças russas não conseguiram controlar totalmente nenhuma grande cidade ucraniana e “inflaram grosseiramente” os números sobre territórios conquistados.

      “Apesar das alegações de Gerasimov, as forças russas não obtiveram controle total sobre nenhuma cidade importante”, disse o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia em comunicado nas redes sociais.

      O Kremlin declarou no domingo que potências europeias estariam prejudicando os esforços de paz de Trump e que a Rússia continuaria sua operação militar até perceber sinais reais de que Kiev está disposta a negociar.

      Moscou lançou duas ofensivas em larga escala na última semana, matando dezenas de civis e destruindo casas e infraestrutura urbana.

      “O único que deseja a guerra é a Rússia. Portanto, continuaremos a exercer pressão – é a Rússia que precisa ser pressionada”, disse Zelenskiy em pronunciamento noturno.

      “Contamos com uma posição firme dos Estados Unidos da América, da Europa e dos países do G20. Esta guerra apenas desestabiliza os processos globais. A Rússia deve pagar por isso. E pagará”, acrescentou.

      O enviado especial dos EUA para a Ucrânia declarou que os ataques russos minam os esforços de Trump para encerrar o conflito, enquanto o Papa Leão pediu neste domingo um cessar-fogo e a retomada do diálogo.

      “É hora de os responsáveis renunciarem à lógica das armas e trilharem o caminho da negociação e da paz, com o apoio da comunidade internacional”, disse o pontífice durante a oração dominical na Praça de São Pedro.

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