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Ucrânia diz que 'perdeu a confiança' em Lula para mediar o fim da guerra

Posicionamento é resposta à viagem do presidente Lula à Rússia

Zelensky, Putin e Lula (Foto: REUTERS/Gleb Garanich | Sputnik/Pavel Bednyakov/Pool via REUTERS | Valter Campanato/Agência Brasil)
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247 - O governo da Ucrânia declarou que "perdeu completamente a confiança" no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como possível mediador na guerra com a Rússia. Em entrevista à CNN Brasil, representantes do governo ucraniano afirmaram que não consideram mais válida qualquer tentativa de mediação por parte do presidente brasileiro, especialmente após sua recente chegada a Moscou.

"Sem um mínimo de confiança, Lula não tem o direito de reivindicar para si qualquer posição nas futuras negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Ele não tem mandato. Para ser franco: a Ucrânia não precisa dos serviços de Lula", disse uma das fontes ucranianas, que preferiu manter o anonimato, de acordo com a coluna do jornalista Américo Martins.

Essas declarações vieram em resposta à tentativa de Lula de interceder no conflito, após a visita que fez à Rússia para participar das comemorações dos 80 anos da vitória dos aliados e da antiga União Soviética contra a Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra Mundial. Durante o evento, Lula acompanhou um desfile militar na Praça Vermelha, ao lado do presidente russo, Vladimir Putin, e de outros líderes internacionais, como o presidente da China, Xi Jinping.

A visita gerou grande desconforto em Kiev, que vê essa aproximação como uma sinalização de apoio a Putin no momento em que a Rússia continua com a ofensiva militar contra a Ucrânia. A visita também coincidiu com a recusa do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a uma proposta de conversa telefônica feita por Lula antes da sua viagem a Moscou.

Um alto funcionário ucraniano reforçou que, enquanto Lula estava em Moscou, os russos seguiam matando civis ucranianos, o que, segundo ele, contribuiu para a perda total de confiança. "Lula perdeu completamente a confiança do governo e do povo ucranianos", afirmou a fonte.

O governo brasileiro, por sua vez, continua reafirmando sua posição de apoio ao multilateralismo e à diplomacia como única via para a resolução do conflito. Segundo o Itamaraty, Lula discutirá com Putin a proposta sino-brasileira para o fim da guerra, apresentando um cenário em que o Brasil se colocaria como mediador, embora a Ucrânia tenha rejeitado essa possibilidade.

"Como presidente do Brics, Lula deveria, em vez disso, tentar colocar sua própria casa em ordem e evitar uma guerra nuclear entre a Índia e o Paquistão", afirmou uma das fontes ucranianas. Embora a Ucrânia tenha convidado Lula diversas vezes para visitar o país e entender melhor a realidade da guerra, o Brasil preferiu seguir com suas tratativas por meio de canais diplomáticos de alto nível, conforme declarou o Itamaraty. A administração brasileira, por meio de seu assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, reiterou que o Brasil continuará conversando com todos os lados do conflito.

Apesar das críticas ucranianas, o governo brasileiro se manteve firme em sua postura diplomática, destacando que a condenação da invasão russa e a defesa da solução pacífica para o conflito são princípios que guiarão a atuação do Brasil nas questões internacionais.

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