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Trump promete apoio a Milei, mas descarta 'resgate' financeiro

Afirmação foi dada após encontro dos presidentes na ONU. Secretário do Tesouro havia colocado todas as opções de ajuda sobre a mesa, incluindo swap cambial

Trump e Milei se reúnem às margens da Assembleia Geral da ONU (Foto: REUTERS/Al Drago)

(Reuters) - O presidente Donald Trump disse nesta terça-feira que os Estados Unidos ajudariam a Argentina, mas que não acreditava que um resgate financeiro fosse necessário, enquanto o Banco Mundial informou que aceleraria investimentos de US$ 4 bilhões previamente planejados com o setor público-privado para o país.

Trump falou ao lado do presidente argentino, Javier Milei, enquanto os dois líderes se reuniam à margem da Assembleia Geral da ONU, um dia depois que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que todas as opções estavam sobre a mesa para estabilizar os mercados financeiros da nação latino-americana.

"Vamos ajudá-los. Não acho que eles precisem de um resgate", disse Trump a jornalistas em Nova York.

"Scott está trabalhando com o país deles para que possam obter uma dívida boa e todas as coisas necessárias para tornar a Argentina grande novamente", acrescentou Trump. Ele deu seu endosso à candidatura à reeleição de Milei para que seu homólogo tenha outro mandato "para completar o trabalho".

Questionado para dar mais detalhes sobre os esforços dos EUA, Trump disse: "Estamos dando ao presidente da Argentina nosso total apoio e endosso".

Bessent havia dito na segunda-feira que "todas as opções" estavam sobre a mesa para os EUA estabilizarem os mercados financeiros da Argentina, incluindo usar o Fundo de Estabilização Cambial de US$ 219,5 bilhões para comprar pesos ou dívida argentina denominada em dólares, ou abrir linhas de swap cambial com a terceira maior economia da América do Sul.

Qualquer decisão sobre as ações de apoio dos EUA seria tomada após o encontro de Trump com Milei à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. Um porta-voz do Tesouro não respondeu imediatamente a uma consulta da Reuters sobre a reunião.

A promessa de apoio dos EUA ao aliado de direita de Trump, Milei, prolongou o rali dos mercados argentinos de segunda-feira, com os títulos internacionais subindo e o peso se fortalecendo quase 5% ante o dólar.

A senadora americana Elizabeth Warren acusou Bessent nesta terça-feira de oferecer um resgate aos mercados financeiros da Argentina com fundos de contribuintes americanos, pedindo em uma carta que ele explicasse a medida e fornecesse detalhes de quaisquer custos esperados.

"Num momento em que os americanos estão lutando para pagar mantimentos, aluguel, contas de cartão de crédito e outros pagamentos de dívida... é profundamente preocupante que o presidente pretenda usar fundos de emergência significativos para inflar o valor da moeda de um governo estrangeiro e alavancar seus mercados financeiros", escreveu Warren, a principal democrata no Comitê Bancário do Senado.

INVESTIMENTOS DO BANCO MUNDIAL

Em separado, o Grupo Banco Mundial informou que está acelerando seu plano de apoio de US$ 12 bilhões à Argentina, implantando até US$ 4 bilhões do total nos próximos meses por meio de financiamento do setor público e investimento do setor privado.

A instituição financeira de desenvolvimento disse em um comunicado que o pacote apoiaria o caminho de reformas e a agenda de crescimento de longo prazo da Argentina. Não ficou imediatamente claro quão mais rapidamente os recursos seriam desembolsados.

"O pacote visará setores-chave para a competitividade: desbloquear o potencial da mineração e de minerais críticos; impulsionar o turismo como fonte de empregos e desenvolvimento local; expandir o acesso à energia; e fortalecer as cadeias de suprimentos e o financiamento para pequenas e médias empresas", disse o Banco Mundial.

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