Trump impõe tarifa de 15% à Coreia do Sul em novo acordo comercial
Presidente dos EUA anuncia pacto que inclui US$ 350 bilhões em investimentos sul-coreanos e compra de energia americana
247 - Em uma nova reviravolta nas negociações comerciais globais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (30) um acordo com a Coreia do Sul que estabelece uma tarifa de 15% sobre as exportações sul-coreanas ao mercado norte-americano. A informação foi divulgada pelo próprio Trump em sua rede social.
“Concordamos com uma tarifa para a Coreia do Sul de 15%. A América não será cobrada com uma tarifa”, escreveu o presidente. O pacto inclui ainda um comprometimento de Seul com investimentos de US$ 350 bilhões nos Estados Unidos, montante que ficará sob controle direto do próprio Trump, nos moldes de um fundo soberano — tal como o anunciado anteriormente pelo Japão, no valor de US$ 550 bilhões, para evitar tarifas mais elevadas.
Concessões coreanas e compra de energia
Trump também afirmou que o governo sul-coreano aceitou permitir a entrada de produtos norte-americanos como carros, caminhões e itens agrícolas, acatando os padrões de segurança veicular dos EUA sem impor requisitos adicionais. Ainda não está claro, contudo, se isso implicará em tarifas reduzidas para automóveis e peças sul-coreanas, um dos pontos mais sensíveis da negociação bilateral.
Entre os compromissos mais significativos anunciados por Trump está a aquisição por parte da Coreia do Sul de US$ 100 bilhões em gás natural liquefeito e outros produtos energéticos dos EUA. Esse compromisso se soma à promessa feita pela União Europeia de comprar US$ 750 bilhões em energia norte-americana nos próximos três anos.
Esses acordos refletem uma estratégia recorrente da atual administração norte-americana, que prioriza compromissos de compra de energia e investimentos internos como pilares de sua política comercial.
Pressão contra tarifa maior
O novo acordo marca o encerramento de meses de negociações e evita a imposição de uma tarifa de 25% sobre produtos coreanos, que entraria em vigor em 1º de agosto. A Coreia do Sul é o sexto maior parceiro comercial dos EUA e vinha enfrentando dificuldades econômicas após um período de contração, o que aumentava a urgência de evitar sanções tarifárias mais duras.
As conversas ocorreram em meio a grande sensibilidade política interna para o recém-empossado presidente sul-coreano Lee Jae Myung. A possibilidade de ampliar o acesso dos EUA ao mercado de carne bovina e arroz — temas que motivaram protestos massivos no passado, como em 2008 — gerou preocupação em sua base política.
Trump confirmou ainda que Lee deverá visitar Washington nas próximas duas semanas para uma reunião bilateral, em meio à crescente pressão doméstica enfrentada pelo líder asiático. Concessões excessivas ao governo norte-americano podem comprometer o início de seu mandato e gerar instabilidade em sua coalizão.
Corrida por acordos e contexto regional
Durante as semanas finais que antecederam o prazo de 1º de agosto, outras nações asiáticas também se apressaram para firmar pactos comerciais mais favoráveis. O Japão, por exemplo, garantiu a mesma tarifa de 15%, vinculada a um compromisso de investimento — que, segundo autoridades japonesas, é majoritariamente composto por empréstimos. Indonésia e Filipinas fixaram suas tarifas em 19%, enquanto o Vietnã aceitou uma taxa de 20%.
Por outro lado, Tailândia e Camboja, envolvidos em confrontos fronteiriços, enfrentam tarifas de 36%, com Trump deixando claro que não haverá alívio enquanto o conflito entre os dois países persistir.
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