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      Trump e Putin negociam acordo que consolida vitória da Rússia e derrota de Zelensky

      Presidente dos EUA articula trégua com Putin que pode obrigar Ucrânia a ceder Donbass e Crimeia, isolando Zelensky e excluindo aliados europeus

      O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin - 16/07/2018 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, estão próximos de anunciar um acordo que pode consolidar as conquistas territoriais do Kremlin na Ucrânia e selar uma derrota política e estratégica para o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A informação é da agência Bloomberg, que revelou nesta sexta-feira (8) que autoridades de Washington e Moscou trabalham nos termos de uma trégua a ser apresentada em uma cúpula entre os dois líderes já na próxima semana.

      Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o plano prevê o congelamento da guerra nas atuais linhas de frente, reconhecendo, na prática, a ocupação russa de regiões como Donbass e Crimeia. O governo dos EUA tenta convencer Ucrânia e aliados europeus a aceitarem o acordo, ainda em fase preliminar.

      Zelensky pode ser forçado a aceitar derrota territorial

      A proposta russa exige que a Ucrânia reconheça a perda do leste do Donbass — abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk — além da Crimeia, anexada ilegalmente em 2014. Isso obrigaria Zelensky a ordenar a retirada de suas tropas das áreas ainda sob controle ucraniano, entregando à Rússia uma vitória política que seu exército não conseguiu conquistar no campo de batalha desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

      “Eles querem se encontrar comigo e eu farei tudo o que puder para parar a matança. Não gosto de longas esperas”, afirmou Trump na quinta-feira, na Casa Branca.

      O resultado do acordo em negociação atenderia a um desejo antigo de Putin: negociar diretamente com os EUA os termos do fim da guerra, excluindo a Ucrânia e seus parceiros europeus das decisões centrais. Para Zelensky, resta o risco de ser confrontado com um ultimato: aceitar a perda territorial ou ficar isolado.

      Impactos no mercado e reações diplomáticas

      A notícia teve repercussão imediata nos mercados globais. Os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano recuaram, os preços do petróleo caíram — com o WTI chegando a registrar queda de 1,7% — e os bônus ucranianos dispararam. O forint húngaro alcançou seu maior valor frente ao euro em quase um ano.

      Ao mesmo tempo, Putin manteve conversas com os presidentes da China, Índia, África do Sul, Uzbequistão, Cazaquistão e Belarus para compartilhar detalhes da reunião que teve em 6 de agosto com o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, em Moscou.

      Resistência da Ucrânia e desconfiança do Ocidente

      A Constituição ucraniana proíbe a cessão de território, e o governo de Kiev já deixou claro que não reconhecerá as anexações promovidas por Moscou. Autoridades americanas e europeias manifestam ceticismo quanto à disposição real de Putin em encerrar o conflito sem alcançar todos os seus objetivos estratégicos.

      Putin insiste que sua meta inclui a neutralidade da Ucrânia, o abandono da aspiração de entrar na Otan e o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia e outras quatro regiões do leste e sul ucraniano, proclamadas como parte da Federação Russa em setembro de 2022 — embora o controle militar russo sobre essas áreas ainda seja parcial.

      Pressão de Trump por resultados e ameaça de tarifas

      Frustrado com a falta de avanços, Trump tem pressionado publicamente por uma trégua. Desde fevereiro, já conversou seis vezes por telefone com Putin e enviou Witkoff cinco vezes à Rússia para costurar um entendimento.

      Apesar de não ter adotado sanções diretas contra Moscou até o momento, Trump decidiu dobrar as tarifas sobre produtos indianos — de 25% para 50% — em represália às compras de petróleo russo por Nova Délhi. A medida gerou indignação no governo indiano e evidenciou a disposição da Casa Branca em usar o comércio como instrumento de pressão geopolítica.

      Encontro trilateral ainda incerto

      Segundo a Bloomberg, os termos do acordo ainda podem mudar, e não está claro se Putin aceitará um encontro trilateral com Zelensky, mesmo que já tenha alinhado um pacto com Trump. O conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, confirmou que as negociações com os EUA estão avançadas e que um local para a cúpula já foi definido, mas ainda não anunciado.

      Se concretizado, o acordo poderá selar um novo capítulo da guerra iniciada por Putin em 2022, consagrando os ganhos russos e impondo uma dura derrota ao governo ucraniano — com o aval dos Estados Unidos.

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