Trump anuncia acordo de paz histórico entre Azerbaijão e Armênia
Entendimento mediado pelos EUA encerra décadas de conflito no Cáucaso Sul e concede a Washington direitos exclusivos sobre corredor estratégico na região
247 – Em um gesto considerado histórico, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (8) a assinatura de um acordo de paz entre Azerbaijão e Armênia, mediado por Washington. A notícia foi publicada originalmente pela Reuters. O entendimento, firmado na Casa Branca com a presença do presidente azeri Ilham Aliyev e do primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan, prevê a normalização das relações bilaterais e amplia a cooperação econômica após décadas de hostilidades.
Trump celebrou o desfecho como um marco: "É muito tempo – 35 anos – eles lutaram e agora são amigos, e vão ser amigos por muito tempo", disse, ressaltando o compromisso de cessar as hostilidades, abrir relações diplomáticas e respeitar a integridade territorial de cada nação.
Conflito histórico e mudança no equilíbrio regional
As tensões entre os dois países remontam ao final dos anos 1980, quando a região de Nagorno-Karabakh, de maioria armênia, se separou do Azerbaijão com apoio de Erevan. Em 2023, Baku retomou o controle total do território, provocando o êxodo de quase toda a população armênia local.
O novo acordo inclui direitos exclusivos de desenvolvimento dos Estados Unidos sobre um corredor estratégico no Cáucaso Sul, que facilitará o transporte de energia e outros recursos. Segundo a Casa Branca, esse corredor — já apelidado de “Rota Trump para a Paz e Prosperidade Internacional” — despertou interesse de nove empresas, incluindo três norte-americanas.
A iniciativa elimina também restrições à cooperação em defesa entre os EUA e o Azerbaijão, movimento que pode incomodar Moscou, tradicional influente na região. Especialistas ouvidos pela Reuters afirmam que a exclusão russa e a presença norte-americana no corredor representam uma mudança geopolítica significativa.
Repercussão internacional
O Irã, vizinho dos dois países, saudou o acordo como um passo importante para a paz regional, mas alertou contra intervenções estrangeiras que possam comprometer a estabilidade.
Para Brett Erickson, especialista em sanções, o entendimento poderá ajudar o Ocidente a fechar lacunas usadas pela Rússia para driblar restrições econômicas: "O Cáucaso sempre foi um ponto cego na política de sanções", disse.
A analista Tina Dolbaia destacou o peso simbólico do gesto, mas apontou incertezas sobre quais empresas assumirão o controle do corredor e o grau de participação dos países envolvidos na sua construção. Já Olesya Vartanyan alertou que a história de negociações fracassadas e escaladas violentas exige um acompanhamento constante dos Estados Unidos para evitar novo impasse.
Reconhecimento e ambições globais de Trump
Aliyev e Pashinyan agradeceram a mediação norte-americana e declararam que pretendem indicar Trump ao Prêmio Nobel da Paz. Este é mais um acordo que o presidente dos EUA apresenta como prova de sua atuação como mediador internacional, após promover cessar-fogos entre Camboja e Tailândia, Ruanda e República Democrática do Congo, e Paquistão e Índia.
Apesar dos avanços, Trump ainda não conseguiu resolver conflitos como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia ou o enfrentamento entre Israel e o Hamas em Gaza. Ele afirmou que se encontrará com o presidente russo, Vladimir Putin, em 15 de agosto, no Alasca, para tentar negociar o fim do conflito na Ucrânia.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: