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Trump ameaça George Soros e filho com aplicação de lei antimáfia

Presidente dos EUA acusa bilionário e herdeiro de fomentar protestos violentos e sugere enquadramento em legislação usada contra máfia

Donald Trump - 13/08/2025 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra o bilionário George Soros e seu filho nesta quarta-feira (27), ao afirmar que ambos deveriam ser processados com base na lei RICO, legislação tradicionalmente utilizada para combater atividades mafiosas. Segundo o jornal Valor Econômico, Trump usou as redes sociais para afirmar que "George Soros e seu maravilhoso filho de extrema-esquerda deveriam ser acusados de RICO por seu apoio, entre outras coisas, a protestos violentos por todos os EUA". 

O presidente estadunidense ainda acrescentou que "Soros e seu grupo de psicopatas causaram grandes danos ao nosso país! Isso inclui seus amigos loucos da Costa Oeste". Até o momento, porém, o presidente estadunidense não apresentou provas concretas que justifiquem o enquadramento de Soros e de seu filho na legislação citada.

A Lei de Organizações Corruptas e Influenciadas por Extorsão (RICO, na sigla em inglês) foi criada para punir práticas de extorsão, coerção e crimes organizados. De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, a norma pode ser aplicada a indivíduos ou empresas envolvidos em esquemas fraudulentos ou de extorsão que impactem o comércio interestadual ou internacional. Historicamente, a RICO foi usada para desmantelar redes mafiosas, mas também já foi aplicada em outros tipos de crimes corporativos e políticos.

Ainda de acordo com a reportagem, embora Trump não tenha citado diretamente o nome, a suspeita é de que a referência ao "filho de extrema-esquerda" seja dirigida a Alexander Soros, herdeiro de George Soros e atual presidente da Open Society Foundations. Alexander assumiu o comando da organização em 2023 e, recentemente, criticou medidas adotadas por Trump contra o Brasil, como a imposição de tarifas comerciais e a tentativa de influenciar o julgamento de Jair Bolsonaro (PL), acusado de participação em um suposto plano de golpe de Estado.

Open Society Foundations reage

Em nota enviada ao 247, a Open Society Foundations negou pagar, treinar ou coordenar diretamente manifestantes. "Todos os beneficiários da OSF são obrigados a cumprir a lei e esperamos que os que apoiamos respeitem nosso compromisso compartilhado com os direitos humanos, a dignidade e a não violência. A Open Society Foundations se opõe a todas as formas de violência, incluindo protestos violentos", diz trecho do comunicado.

Confira, abaixo, a nota na íntegra:

A Open Society Foundations apoia o direito individual de exercer a liberdade de expressão, expressar convicções políticas e participar de protestos públicos não violentos. Essas são as marcas registradas de qualquer sociedade vibrante, e essas liberdades são garantidas nos Estados Unidos pela Constituição.

A Open Society Foundations ajuda a financiar uma série de grupos da sociedade civil sem fins lucrativos nos Estados Unidos que trabalham para promover os direitos humanos, a liberdade e a justiça, além de defender a democracia. Alguns desses grupos também se envolvem em engajamento cívico pacífico, fundamental para a força da nossa democracia.

Não pagamos pessoas para protestar, nem treinamos ou coordenamos diretamente manifestantes. Todos os beneficiários da OSF são obrigados a cumprir a lei e esperamos que os que apoiamos respeitem nosso compromisso compartilhado com os direitos humanos, a dignidade e a não violência. A Open Society Foundations se opõe a todas as formas de violência, incluindo protestos violentos.

Confira essa informação em: https://www.opensocietyfoundations.org/newsroom/the-open-society-foundations-and-protest-in-the-united-states

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