Tragédia em Gaza: mais de 10 mil corpos podem estar soterrados devido ao genocídio
Estimativas da Defesa Civil apontam para um número alarmante de desaparecidos
247 - Mais de 10 mil palestinos podem estar enterrados sob os escombros na Faixa de Gaza, resultado direto de dois anos de genocídio. A denúncia foi feita por Mahmoud Basal, porta-voz da Defesa Civil do território, em entrevista televisionada nesta segunda-feira.
De acordo com informações da Prensa Latina, Basal destacou que os socorristas enfrentam enormes dificuldades para retirar os corpos, sobretudo pela destruição de equipamentos pesados, como escavadeiras, durante incursões militares. “Nossos socorristas estão tendo dificuldades para evacuar os corpos devido à falta de equipamentos, especialmente máquinas pesadas, destruídas por incursões militares sistemáticas”, afirmou.
Dificuldades nos resgates
Segundo o porta-voz, desde o cessar-fogo firmado na última semana, cerca de 150 corpos foram retirados dos escombros. A operação de resgate, no entanto, continua limitada pela falta de recursos e pelo bloqueio imposto sobre o enclave costeiro.
Neste mesmo mês, uma ONG palestina calculou que entre 8 mil e 9 mil pessoas permanecem desaparecidas em Gaza, vítimas da ofensiva israelense. O Centro Palestino para Pessoas Desaparecidas alertou que a maioria estaria soterrada ou em áreas sob forte presença militar de Israel.
Apelo por ajuda internacional
A entidade classificou a situação como uma catástrofe humanitária que exige resposta imediata de organismos globais. “Tais números constituem uma tragédia humanitária que não pode ser enfrentada sem uma intervenção internacional urgente sob a supervisão das Nações Unidas e do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho”, destacou o porta-voz.
Além de cobrar posicionamento político, o Centro pediu que essas instituições enviem maquinário de resgate, equipes técnicas, especialistas forenses e peritos em identificação genética por DNA, a fim de acelerar a localização e identificação das vítimas.
Com milhares de corpos ainda desaparecidos, Gaza enfrenta não apenas a devastação material da guerra, mas também uma crise humanitária de proporções históricas, marcada pela ausência de resposta eficaz da comunidade internacional.


