"Ter como alvo um juiz em exercício em uma democracia é algo sem precedentes", diz The Economist sobre sanções de Trump a Moraes
O magistrado foi sancionado sob a Lei Magnitsky, usada pelos EUA para punir estrangeiros acusados de corrupção ou violação de direitos humanos
247 – Em editorial publicado nesta quinta-feira (31), a revista britânica The Economist classificou como um “ataque sem precedentes” as tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil e as sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Ter como alvo um juiz em exercício em uma democracia em funcionamento é algo sem precedentes”, escreve a The Economist.
Na quarta-feira (30), Moraes foi sancionado sob a Lei Magnitsky Global, usada pelos EUA para aplicar sanções a estrangeiros acusados de corrupção ou violação de direitos humanos. As punições incluem o congelamento de bens nos EUA e a proibição de entrada no país.
Segundo o editorial, é incoerente colocar Moraes no mesmo patamar de generais de Mianmar ou figuras do governo russo, também sancionados pela legislação apelidada de “morte financeira”. O texto enfatiza que o magistrado apenas conduz processos contra Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tramar um golpe de Estado.
Apesar de a ofensiva de Trump ocorrer em defesa do aliado ideológico, a The Economist destaca que as medidas podem acabar desgastando a imagem de Bolsonaro no Brasil. “O presidente Lula agora classifica o clã Bolsonaro como ‘traidor’. A maioria dos brasileiros concorda.”
Em 2021, sob o governo Bolsonaro, o Congresso aprovou uma lei que prevê punições para quem tentar restringir o exercício de poderes constitucionais por ameaça ou uso da força. É com base nela que Alexandre de Moraes conduz as ações contra o ex-presidente, enfatizou a revista britânica. Para a The Economist, quem acusa o magistrado de perseguição “parece ignorar as evidências em sua acusação”.
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