Se os Estados Unidos decidirem lutar, a China irá até o fim, diz Pequim
Governo chinês anuncia retaliações comerciais e afirma que está pronto para enfrentar Washington, mas mantém aberta a porta para o diálogo
247 – O governo da China afirmou nesta terça-feira (14) estar preparado para enfrentar os Estados Unidos na guerra comercial, embora ainda mantenha aberta a possibilidade de negociações. A informação foi divulgada pela RT Brasil, que destacou as novas medidas de retaliação adotadas por Pequim, incluindo restrições à exportação de terras raras e a aplicação de tarifas portuárias sobre embarcações norte-americanas.
“Em relação às guerras tarifárias e comerciais, a posição da China permanece consistente: se os Estados Unidos decidirem lutar, a China irá até o fim; se os Estados Unidos decidirem negociar, a porta da China permanecerá aberta”, declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês. Segundo ele, Washington não pode “buscar negociações enquanto recorre a ameaças e medidas restritivas”, ressaltando que essa não é uma forma adequada de relacionamento com Pequim.
O representante destacou ainda que, apesar das tensões, os dois países compartilham interesses estratégicos e continuam mantendo canais de comunicação no âmbito econômico e comercial. “A China pede aos Estados Unidos que corrijam prontamente suas práticas equivocadas, demonstrem sinceridade nas negociações e trabalhem com a China para alcançar um consenso”, afirmou o porta-voz.
As declarações ocorrem após a Casa Branca, sob o governo do presidente Donald Trump, anunciar uma nova tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses. Em resposta, Pequim declarou que “não quer, mas não teme” uma guerra comercial, intensificando o controle sobre a exportação de materiais estratégicos, como terras raras e ímãs — fundamentais para as indústrias de tecnologia e defesa dos EUA.
Além disso, o governo chinês anunciou a criação de uma taxa portuária especial para embarcações ligadas aos Estados Unidos, em medida equivalente à adotada por Washington. Essa escalada nas sanções comerciais reforça o clima de tensão entre as duas maiores economias do planeta, que disputam não apenas mercado, mas também protagonismo tecnológico e geopolítico.
Com as retaliações, a China demonstra que pretende responder de forma proporcional a cada novo movimento norte-americano, mas sem fechar completamente as portas para o diálogo. A postura de Pequim reflete a busca por equilíbrio entre firmeza e diplomacia — uma estratégia que visa proteger seus interesses nacionais sem romper os canais de cooperação com Washington.


