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Rússia bombardeia Kiev e outras regiões em ataque massivo com drones e mísseis

O ataque foi um dos mais intensos contra a capital desde o início da guerra

Explosão em Kiev após ataque russo com drones - 10/07/2015 (Foto: REUTERS/Gleb Garanich)

(Reuters) – A Rússia lançou centenas de drones e mísseis contra Kiev e outras partes da Ucrânia na madrugada de domingo, matando pelo menos quatro pessoas e ferindo dezenas, em um dos ataques mais intensos contra a capital desde o início da guerra em larga escala.

A vizinha Polônia fechou seu espaço aéreo próximo a duas cidades no sudeste do país e acionou caças de sua força aérea em resposta, até que o perigo tivesse passado.

O exército ucraniano informou que a Rússia lançou 595 drones e 48 mísseis durante a noite, dos quais 568 drones e 43 mísseis foram abatidos pelas defesas aéreas. Ressaltou que o principal alvo da ofensiva foi a capital Kiev.

O presidente Volodymyr Zelensky disse que o ataque, que durou mais de 12 horas, atingiu uma clínica de cardiologia, fábricas e edifícios residenciais.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou neste domingo que realizou um ataque “massivo” contra a Ucrânia com armas de longo alcance lançadas do ar e do mar, além de drones, para atingir infraestrutura militar, incluindo aeródromos. Moscou nega atacar civis em sua guerra contra a Ucrânia, embora milhares tenham sido mortos e áreas residenciais amplamente destruídas por suas ofensivas.

Zelensky pede ação dos parceiros internacionais

Zelensky voltou a pedir à comunidade internacional que aja de forma decisiva para cortar as receitas energéticas da Rússia que financiam a invasão. Até agora, a Ucrânia não conseguiu convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a impor sanções punitivas contra Moscou.

“O tempo para uma ação decisiva já passou, e contamos com uma resposta forte dos Estados Unidos, da Europa, do G7 e do G20”, afirmou ele no aplicativo de mensagens Telegram.

Kiev despertou com fortes explosões, drones sobrevoando a cidade e o estrondo das defesas aéreas. A fumaça de um dos locais atingidos se espalhava pelo céu da manhã quando o alerta aéreo terminou às 9h13 (6h13 GMT), quase sete horas após o início do ataque.

Jornalistas da Reuters visitaram uma área nos arredores de Kiev, onde fileiras de casas recém-construídas estavam quase totalmente destruídas e carros estacionados haviam sido esmagados pelos destroços que caíam.

Moradores reviravam os escombros de um prédio residencial depois que suas janelas foram estilhaçadas pela força da explosão. Algumas pessoas correram para estações de metrô subterrâneas, de onde acompanharam os acontecimentos em seus celulares.

Defesas ucranianas sob pressão com ataques em larga escala

Ataques nessa escala têm colocado à prova as limitadas defesas aéreas da Ucrânia ao longo de 2025. Zelensky afirmou no sábado que um novo sistema de mísseis Patriot, fornecido por Israel, já havia sido implantado, e que esperava a chegada de mais dois até o outono.

Ele e outros oficiais vêm solicitando mais apoio dos parceiros internacionais para proteger os céus da Ucrânia, mas os sistemas de defesa aérea são limitados e outras nações também buscam reforçar suas próprias defesas diante das ameaças percebidas da Rússia.

Zelensky afirmou que o ataque de domingo atingiu várias regiões, incluindo a cidade de Zaporizhzhia, no sul, onde as autoridades disseram que pelo menos 16 pessoas ficaram feridas.

Os serviços de emergência informaram que pelo menos quatro pessoas foram mortas, enquanto autoridades locais relataram 67 feridos em todo o país.

Entre as vítimas fatais estaria uma menina de 12 anos, embora isso ainda não tenha sido oficialmente confirmado, disse Tymur Tkachenko, chefe da administração militar de Kiev, no Telegram.

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