Zelensky ameaça atacar Kremlin se guerra continuar
Presidente ucraniano afirma que alvos russos podem ser atingidos se guerra prosseguir e que deixará o cargo após o fim da guerra
247 - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, advertiu que Moscou poderá enfrentar ataques diretos contra centros de poder, incluindo o Kremlin, caso a Rússia não encerre a guerra iniciada em fevereiro de 2022.
De acordo com a agência ANSA, publicada nesta quinta-feira (25), Zelensky afirmou em entrevista ao site Axios que os líderes do Kremlin “precisam saber onde fica o abrigo antiaéreo mais próximo”, em caso de continuidade do conflito.
Pedido de armas a Donald Trump
Durante a entrevista, Zelensky revelou que solicitou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um novo sistema de armamento considerado crucial para obrigar Vladimir Putin a negociar.
Segundo ele, Trump expressou apoio explícito para que a Ucrânia possa retaliar a Rússia em alvos estratégicos, como infraestrutura energética e fábricas de armamentos.
Retaliações contra Moscou
O líder ucraniano ressaltou que Kiev está preparada para responder proporcionalmente a cada ataque russo. “Eles precisam saber que nós, na Ucrânia, responderemos todos os dias. Se atacarem nossa energia, Trump diz que podemos responder com energia”, afirmou Zelensky.
Ele ainda indicou que fábricas de drones e instalações de mísseis também poderiam ser alvos, embora reconheça que esses pontos são fortemente protegidos.
Limite de ataques e possível alvo no Kremlin
Apesar da retórica dura, Zelensky deixou claro que a Ucrânia não atacará civis. “A Ucrânia não é terrorista”, destacou. Ainda assim, ele insinuou que centros de poder em Moscou, como o Kremlin, podem ser incluídos em futuros ataques, caso a guerra persista.
Futuro político indefinido
Zelensky também comentou sobre sua permanência no cargo após o fim da guerra. Ele disse estar disposto a não disputar novas eleições caso seja firmado um cessar-fogo.
“Se terminarmos a guerra com os russos, sim, estou pronto para não ir [às eleições], porque não é meu objetivo”, declarou.
O presidente foi eleito em 2019 com maioria expressiva. Seu mandato de cinco anos terminaria em maio de 2024, mas as eleições foram suspensas pela lei marcial imposta após a invasão russa em larga escala, em fevereiro de 2022. Essa suspensão tem levado Moscou a questionar sua legitimidade como líder.