Putin afirma que ameaça russa à Europa é “mentira inconcebível”

247 - Durante sua participação no 28º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o processo de rearmamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não representa qualquer ameaça real à segurança russa. A declaração foi feita na última quinta-feira (13) em sessão de perguntas e respostas com jornalistas, conforme noticiado pela emissora RT.

Putin assegurou que Moscou está plenamente preparada para enfrentar qualquer desafio à sua soberania, mesmo diante da expansão de gastos militares dos países da aliança liderada pelos Estados Unidos. “Não consideramos qualquer rearmamento da Otan como uma ameaça à Federação Russa, porque somos autossuficientes em termos de garantir nossa própria segurança, e estamos constantemente aprimorando nossas forças armadas e nossas capacidades de defesa”, afirmou.

O chefe de Estado russo reforçou que “não há dúvida” de que seu país está pronto para neutralizar todos os riscos que possam surgir do atual cenário geopolítico. “Mitigaremos todas as ameaças que possam surgir”, garantiu.

Crítica à "narrativa ocidental"

Putin também aproveitou para denunciar o que chamou de “mentira inconcebível” disseminada por governos do Ocidente para justificar o aumento de impostos e o desvio de recursos públicos para o setor bélico. Segundo ele, a ideia de que Moscou estaria preparando uma ofensiva militar contra países da Otan não passa de propaganda enganosa.

“Um propagandista nazista certa vez disse que quanto mais incrível for a mentira, mais rápido as pessoas acreditarão nela. Essa lenda de que a Rússia está planejando atacar a Europa, os países da Otan, é a mesma mentira inconcebível”, declarou. “Todos entendem que isso é um absurdo. E eles enganam suas populações para extrair dinheiro do orçamento… e para justificar fracassos na economia.”

Ao classificar as manobras do bloco militar como inócuas para o equilíbrio de forças com a Rússia, o presidente russo reforça o discurso do Kremlin de que o país não pretende escalar conflitos armados, mas também não permitirá a perda de sua autonomia estratégica. Ele não deixou de apontar que, embora ações da Otan possam eventualmente trazer riscos, “a Rússia estará preparada” para qualquer cenário.