Presidente palestino propõe acordo em Gaza com ONU e Trump
Em discurso virtual, Mahmoud Abbas disse que a Autoridade Palestina está disposta a assumir “total responsabilidade pela governança e segurança” no enclave
247 - O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarou nesta quinta-feira (25) estar pronto para trabalhar com os Estados Unidos, Arábia Saudita, França e as Nações Unidas para implementar um plano de paz aprovado de forma esmagadora pela Assembleia Geral da ONU. A informação é da agência Reuters.
Em discurso transmitido por vídeo – após os EUA negarem seu visto para participar da reunião em Nova York –, Abbas disse que a Autoridade Palestina está disposta a assumir “total responsabilidade pela governança e segurança” na Faixa de Gaza, desde que seja garantido um cessar-fogo real e o avanço de uma solução de dois Estados.
“Apesar de tudo o que nosso povo sofreu, rejeitamos o que o Hamas realizou em 7 de outubro, porque tais ações não representam o povo palestino nem sua justa luta por liberdade e independência”, afirmou Abbas. Ele reiterou que o Hamas não terá papel no futuro governo do território e que todas as facções devem entregar as armas à Autoridade Palestina.
A Assembleia Geral, composta por 193 países, aprovou neste mês uma declaração de sete páginas que defende a criação de um Estado palestino e o fim imediato da ofensiva israelense, que já matou mais de 65 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças, segundo autoridades de saúde locais. O documento foi resultado de uma conferência internacional organizada em julho por França e Arábia Saudita. Estados Unidos e Israel boicotaram o encontro e continuam a rejeitar esforços multilaterais de paz.
Abbas também confirmou que recebeu o plano de paz em 21 pontos apresentado por Donald Trump durante reuniões com líderes de países de maioria muçulmana à margem da Assembleia da ONU. “Declaramos nossa prontidão para trabalhar com o presidente Donald Trump, com a Arábia Saudita, a França, as Nações Unidas e todos os parceiros para implementar o plano de paz”, disse.
Enquanto isso, o genocídio em Gaza completa quase dois anos de bombardeios e bloqueios, deixando a região em colapso humanitário e reforçando os apelos internacionais por um cessar-fogo imediato e por negociações que garantam a criação de um Estado palestino viável.