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Macron: 'cessar-fogo na Faixa de Gaza está próximo'

O presidente da França mencionou Donald Trump ao comentar sobre negociações para acabar com a guerra no Oriente Médio

Presidente francês Emmanuel Macron - 13/8/2025 (Foto: PHILIPPE MAGONI/Pool via Reuters)

247 - O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta sexta-feira (3) que “a libertação de todos os reféns e um cessar-fogo em Gaza estão próximos!”. De acordo com o político europeu, “o compromisso do Hamas deve ser seguido por medidas concretas sem demora”.

“Agora temos a possibilidade de fazer progressos decisivos em direção à paz. A França desempenhará plenamente seu papel, continuando seus esforços dentro das Nações Unidas, com os Estados Unidos, os israelenses, os palestinos e todos os seus parceiros internacionais. Agradeço ao presidente Trump e sua equipe pelos esforços para alcançar a paz”, escreveu Macron na rede social X. 

De acordo com a Reuters, o Hamas não disse se concordaria em se desarmar e desmilitarizar Gaza -- algo que Israel e os EUA querem, mas que o Hamas já rejeitou anteriormente. Também não concordou com uma retirada israelense em etapas, em oposição à retirada imediata e total exigida pelo Hamas.

Em sua resposta ao plano de Trump, o Hamas disse que "aprecia os esforços árabes, islâmicos e internacionais, bem como os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, pedindo o fim da guerra na Faixa de Gaza, a troca de prisioneiros (e) a entrada imediata de ajuda", entre outros termos.

O Hamas disse que estava anunciando sua "aprovação da libertação de todos os prisioneiros de ocupação -- tanto vivos quanto mortos -- de acordo com a fórmula de troca contida na proposta do presidente Trump, com as condições de campo necessárias para implementar a troca".

Mas o Hamas acrescentou: "Nesse contexto, o movimento afirma sua disposição de entrar imediatamente, por meio dos mediadores, em negociações para discutir os detalhes".

O grupo disse que estava pronto "para entregar a administração da Faixa de Gaza a um corpo palestino de independentes (tecnocratas) com base no consenso nacional palestino e apoiado pelo suporte árabe e islâmico".

O Hamas já havia oferecido a libertação de todos os reféns e a entrega da administração da Faixa de Gaza a um órgão diferente.

O plano de Trump especifica um cessar-fogo imediato, uma troca de todos os reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel, uma retirada israelense de Gaza, o desarmamento do Hamas e a introdução de um governo de transição liderado por um órgão internacional.

De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, mais de 66 mil pessoas já perderam a vida em consequência dos ataques aéreos conduzidos por Israel.

Além da escalada militar, o país também impõe bloqueios que dificultam a entrada de suprimentos básicos, como comida e medicamentos. Em 22 de agosto, a Organização das Nações Unidas anunciou que mais de meio milhão de habitantes de Gaza sofrem com a fome — sendo esta a primeira vez que a ONU declara oficialmente a ocorrência desse cenário no Oriente Médio.

Outra ação de Israel é a interceptação de barcos que transportam auxílio humanitário para o enclave palestino, o que resultou no desaparecimento de mais de 400 pessoas.

A organização internacional Oxfam alertou que a intensificação das operações militares em Gaza ameaça expulsar quase um milhão de moradores para “zonas humanitárias”, espaços superlotados e sem infraestrutura mínima.

Ações em tribunais internacionais

A África do Sul levou Israel à Corte Internacional de Justiça sob a acusação de genocídio. No mesmo período, em 2024, o Tribunal Penal Internacional expediu um mandado de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Mesmo diante dessas iniciativas judiciais, Tel Aviv ampliou sua ofensiva militar e reforçou as restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza. Fora da prisão, Netanyahu enfrenta isolamento crescente no campo diplomático, à medida que países como Reino Unido, Canadá, Austrália, Portugal, França, Bélgica e Mônaco oficializaram o reconhecimento do Estado da Palestina (com Reuters).

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