Pentágono impõe restrições à imprensa e exige aprovação prévia de informações
Medida do Departamento de Defesa amplia controle sobre jornalistas e gera críticas de entidades de imprensa
247 - O Departamento de Defesa dos Estados Unidos passou a impor novas regras para jornalistas credenciados junto ao Pentágono, informa o jornal O Globo. A partir de agora, qualquer informação relacionada à instituição — seja confidencial ou não — só poderá ser publicada após aprovação prévia de um funcionário autorizado. Caso a norma não seja cumprida, os profissionais correm o risco de perder suas credenciais de acesso.
Segundo o documento oficial, divulgado na noite de sexta-feira (20), até mesmo informações obtidas por meio de fontes anônimas ou fora dos canais de comunicação institucionais devem ser submetidas à revisão. O texto destaca que o descumprimento das regras será considerado justificativa para o cancelamento do credenciamento. A medida se soma à ofensiva do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra veículos da chamada grande imprensa, que ele acusa de manterem uma cobertura negativa de seu governo.
Reações e críticas
O anúncio gerou forte reação de entidades ligadas à liberdade de imprensa. O presidente do Clube Nacional de Imprensa de Washington, Mike Balsamo, afirmou: “Se as notícias sobre nossas Forças Armadas devem ser aprovadas primeiro pelo governo, o público não recebe mais informações independentes. O público receberá apenas o que os funcionários [do Pentágono] querem que vejam. Isso deveria alarmar todos os americanos”.Já o secretário de Defesa, Pete Hegseth, defendeu a medida e reforçou outras restrições à atuação dos jornalistas. Em postagem na rede X, declarou: “A imprensa não pode mais circular pelos corredores de uma instalação segura. Use sua credencial e cumpra as regras, ou vá para casa”.
Confronto com a mídia
As novas exigências ocorrem em meio a uma escalada de tensões entre o governo Trump e os principais veículos de comunicação do país. Na última semana, o presidente celebrou processos contra o Wall Street Journal e o New York Times, além de comemorar a suspensão do programa do comediante Jimmy Kimmel após comentários sobre a morte do influenciador conservador Charlie Kirk. Trump também classificou como “ilegal” a cobertura da mídia que, em sua visão, teria sido excessivamente negativa sobre sua gestão.