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Parlamento iraniano pede saída do acordo nuclear e rejeita negociações com os Estados Unidos

Pedido é feito após ameaças de sanções de Reino Unido, França e Alemanha

O Sultanato de Omã, mediador de diálogo nuclear entre os EUA, cindena a entrada dos EUA na guerra (Foto: Reuters)

247 - Nesta quarta-feira, 3 de setembro, um grupo de 60 parlamentares iranianos fez um apelo formal ao Ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, solicitando a retirada do país do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e a rejeição das negociações com os Estados Unidos e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A medida foi apresentada em meio ao crescente embate político envolvendo o Irã e as potências europeias, que ameaçam impor novamente sanções internacionais, um ato que se refere a um mecanismo do acordo nuclear de 2015.

De acordo com informações da Telesur, o projeto de lei proposto pelos legisladores visa garantir a retirada do Irã do TNP caso o Reino Unido, França e Alemanha, também conhecidos como E3, ativem o mecanismo "snapback". Esse mecanismo de sanções foi suspenso em 2015, quando o país assinou o acordo nuclear, conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA). A iniciativa foi desencadeada após a notificação feita pelos três países ao Conselho de Segurança da ONU, no dia 28 de agosto, de que poderiam restabelecer as sanções contra o Irã, alegando descumprimento das condições estabelecidas no acordo.

Jean-Noël Barrot, ministro das Relações Exteriores da França, declarou no último sábado, 30 de agosto, que o E3 está disposto a adiar a reativação das sanções, caso o Irã atenda a determinadas condições. Segundo o ministro francês, "Exigimos que Teerã retome as negociações com os Estados Unidos para chegar a um novo acordo nuclear". No entanto, a posição do governo iraniano, conforme ressaltado pelos parlamentares, é de recusa a qualquer tipo de negociação direta com os Estados Unidos. A administração do presidente Donald Trump havia retirado unilateralmente o país do JCPOA em 2018, um movimento que desde então tem gerado intensas tensões entre os dois países.

O Irã, por sua vez, manteve uma postura firme, instando os países europeus a "agirem com responsabilidade" e abandonarem a ideia de voltar a impor as sanções, reiterando a sua intenção de manter a soberania nas decisões que envolvem o seu programa nuclear. A AIEA, que supervisiona as inspeções relacionadas ao cumprimento do TNP, também continua a ser um ponto de disputa, com o Irã questionando a imparcialidade das avaliações feitas pela agência internacional.

Ainda não houve uma resposta oficial do governo iraniano sobre o apelo dos parlamentares. No entanto, a proposta de retirada do TNP e a recusa às negociações com os Estados Unidos sinalizam um endurecimento na posição do Irã em relação às pressões externas. A crescente tensão em torno do acordo nuclear levanta questões sobre o futuro da diplomacia internacional e o impacto que uma possível saída do país do tratado teria para a segurança global.

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