ONU denuncia devastação em Gaza após dois anos de genocídio
Agência da ONU denuncia colapso urbano com milhões de toneladas de entulho e riscos à saúde de mais de dois milhões de civis
247 - A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou nesta terça-feira (28) o grau alarmante de destruição na Faixa de Gaza após dois anos de genocídio praticado por Israel. Em publicação na rede social X, a agência da ONU informou que cerca de 61 milhões de toneladas de escombros cobrem o pequeno enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas.
De acordo com a Prensa Latina, a ONU relatou que "casas, escolas e hospitais foram reduzidos a ruínas" e destacou que, mesmo em condições descritas como "inabitáveis", milhares de palestinos continuam sendo deslocados em busca de segurança e dignidade.
Crise humanitária e ambiental sem precedentes
Na semana anterior, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) também havia alertado, pela mesma plataforma, sobre a quantidade crescente de entulho e lixo espalhados pelo território, resultado direto de dois anos de bombardeios e bloqueios israelenses.
O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Palestina, Jacco Cilliers, afirmou que a gestão de resíduos sólidos tornou-se um dos maiores desafios para a reconstrução de Gaza. “Atualmente, estamos monitorando 47 pontos de coleta de lixo temporários para garantir a segurança das comunidades vizinhas”, explicou o funcionário, citado pela agência oficial palestina Wafa.
Segundo ele, o problema é agravado pela presença de milhares de famílias deslocadas que vivem próximas a esses locais. “Infelizmente, muitos deslocados internos vivem perto desses locais, mas estamos trabalhando para reabilitá-los e cobri-los, a fim de evitar a propagação de doenças entre a população”, afirmou.
Entulho, bombas não detonadas e ameaça à vida civil
O Gabinete de Imprensa do Governo em Gaza estimou recentemente que a Faixa está coberta por entre 65 e 70 milhões de toneladas de detritos, número ainda mais alto que o divulgado pela ONU. Além disso, há a presença de aproximadamente 20 mil munições não detonadas, incluindo bombas e mísseis lançados por Israel, o que eleva o risco de novas tragédias.
“As projeções iniciais indicam a existência de milhares de explosivos não detonados, o que representa uma ameaça significativa à vida de civis. Antes de qualquer obra de reconstrução, serão necessárias cuidadosas medidas de engenharia e segurança”, alertou o porta-voz do governo local.
A ONU e suas agências humanitárias têm reiterado que a destruição da infraestrutura básica, o colapso dos serviços públicos e o bloqueio contínuo imposto a Gaza criaram uma crise humanitária sem precedentes, com impactos duradouros na saúde, na economia e na sobrevivência de milhões de palestinos.


