Um milhão de crianças enfrentam horrores diários na Faixa de Gaza, alerta Unicef
Organização pede a abertura imediata de todas as passagens de fronteira para permitir ajuda humanitária
247 - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou neste domingo (26) um relatório alarmante sobre a situação das crianças palestinas, revelando que um milhão delas vivem sob “horrores diários” na Faixa de Gaza, considerada pela entidade “o lugar mais perigoso do mundo” para menores. Segundo o documento, mais de 58 mil crianças perderam um dos pais desde o início da ofensiva israelense, que devastou cidades inteiras e destruiu estruturas vitais para a sobrevivência da população civil.As informações foram publicadas pela Telesur, que destacou o apelo urgente da Unicef pela abertura de todas as passagens de fronteira a fim de garantir o fluxo de ajuda humanitária, ainda muito inferior ao necessário para atender à crise humanitária que atinge o território palestino.
“Um milhão de crianças suportaram os horrores diários de sobreviver no lugar mais perigoso do mundo para crianças, deixando-as marcadas pelo medo, pela perda e pela dor”, afirmou a organização, que descreve um cenário de destruição e sofrimento sem precedentes. De acordo com o levantamento, mais de 64 mil crianças foram mortas ou ficaram feridas desde o início da escalada militar.
O diretor regional da Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, Edward Beigbeder, destacou o esforço da entidade em meio ao colapso das condições de vida em Gaza. “Estamos trabalhando contra o relógio para salvar vidas de crianças ameaçadas pela fome e pela doença”, declarou. Ele ressaltou ainda que, apesar de um cessar-fogo temporário ter trazido algum alívio há duas semanas, os ataques israelenses continuam, inclusive com novas incursões na Cisjordânia ocupada.
Beigbeder enfatizou que o respeito ao cessar-fogo é crucial para garantir às famílias palestinas a chance de reconstruir suas vidas e oferecer um futuro mais seguro para seus filhos. “Palavras e números por si só não podem transmitir a escala total da devastação”, lamentou o representante do Unicef, ao descrever as consequências de um conflito que a entidade considera capaz de marcar gerações inteiras.
A Unicef reiterou que a ajuda humanitária que entra atualmente em Gaza é “insuficiente e muito abaixo do necessário” e voltou a exigir que Israel permita um fluxo regular e organizado de suprimentos essenciais, como água potável, alimentos e medicamentos, para evitar uma catástrofe ainda maior.
O comunicado encerra-se com um alerta sobre o impacto de longo prazo da guerra sobre a infância palestina, destacando que a destruição de lares, escolas e hospitais compromete o futuro de toda uma geração que cresce entre ruínas, fome e trauma.


