Netanyahu anuncia expansão de colônias na Cisjordânia e diz que Estado palestino nunca existirá
Primeiro-ministro israelense autoriza milhares de novas moradias de ocupantes sionistas
247 - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, autorizou a construção de milhares de unidades habitacionais para colonos na área conhecida como E-1, na Cisjordânia ocupada. A informação foi divulgada pela agência russa TASS nesta sexta-feira (12). Durante uma cerimônia em Maale Adumim, cidade localizada a poucos quilômetros de Jerusalém, Netanyahu declarou que Israel não permitirá a criação de um Estado palestino e que considera a região como parte de seu território histórico.
Segundo o gabinete do premiê, a decisão representa o cumprimento de uma promessa antiga de expandir os assentamentos. “A cidade de Maale Adumim dobrará de tamanho. Em cinco anos, 70 mil pessoas viverão aqui. São mudanças monumentais”, disse Netanyahu. Em seguida, ele reforçou a posição de seu governo: “Há outra promessa que cumpriremos. Dissemos: não haverá Estado palestino, e de fato, não haverá! Esta terra nos pertence. Protegeremos nossa herança, nossa terra e nossa segurança”.
Expansão em área estratégica
De acordo com a organização israelense de direitos humanos Shalom Akhshav (O Mundo é Agora), foram aprovados planos para erguer cerca de 3.400 unidades habitacionais em E-1, região próxima a Maale Adumim. O projeto é considerado altamente sensível, pois sua implementação pode dividir a Cisjordânia ao meio, dificultando a continuidade territorial de um futuro Estado palestino.
Em agosto, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, que também supervisiona assentamentos na Cisjordânia pelo Ministério da Defesa, já havia sinalizado a retomada das construções. Líder do partido de extrema direita Sionismo Religioso, Smotrich chegou a afirmar em 8 de agosto que Israel pretende “apagar o Estado Palestino”. Dias depois, declarou que o projeto de expansão em Maale Adumim e as novas obras em E-1 avançariam.
Conflito com decisões internacionais
A expansão dos assentamentos israelenses é um tema de forte contestação no cenário internacional. Em 2016, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução exigindo a suspensão imediata dessas atividades, mas Israel rejeitou a determinação. Organizações humanitárias alertam que a continuidade das construções compromete negociações de paz e inviabiliza a solução de dois Estados, defendida por grande parte da comunidade internacional.
A decisão de Netanyahu reforça a política de endurecimento do atual governo israelense e aprofunda o impasse no processo de paz com os palestinos.