Maria Zakharova ao 247: Crimeia não é negociável, pois o povo clama por liberdade e anexação à Rússia
A porta-voz do Departamento de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores concedeu coletiva de imprensa em Moscou
Por Laís Gouveia, de Moscou, para o Brasil 247 — A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, realizou uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (17) na sede do ministério, em Moscou, com jornalistas da América Latina. Durante o encontro, Zakharova abordou questões relacionadas ao conflito entre Rússia e Ucrânia e destacou que o papel de seu país é promover a liberdade na região da Crimeia.
“A questão da Crimeia está resolvida. A população de lá pede a anexação de sua região à Rússia. E não estamos falando de militantes, mas de moradores locais que vivem ali e que têm esse forte sentimento de urgência pela independência da Ucrânia”, afirmou a porta-voz, explicando o que considera o cerne do conflito.
Zakharova também declarou que a União Europeia perdeu sua soberania nos últimos anos e citou a Ucrânia como exemplo. “O conflito começou com uma revolução colorida na Ucrânia e, desde então, o país perdeu sua soberania, passou a servir a interesses externos e seus laços de cooperação enfraqueceram.”
Ao ser questionada sobre o impacto das sanções contra a Rússia, Zakharova enfatizou que o país precisou desenvolver novas dinâmicas comerciais com outras nações — como os países membros do BRICS — e aumentar a produção interna de bens que antes eram importados. “Eles pensaram que as sanções provocariam uma onda de agitação e revolta popular, mas isso não aconteceu. Criamos novas possibilidades; eles calcularam mal.”
A Rússia também implementou outra estratégia em relação às grandes marcas que deixaram o país após as sanções. Alguns nomes venderam suas franquias a empresários russos, como o caso do Macdonald´s, que atualmente é "saboroso e ponto". Em outros casos, empresários criaram marcas selhantes, como o caso da Coca-Cola, que possui diversas versões na Rússia. Em outras palavras, a população continua consumindo produtos bem semelhantes, apenas sob novos nomes.
Próximos passos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (16) que se reunirá com seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Budapeste, Hungria, embora não tenha especificado uma data. O anúncio foi feito em suas redes sociais pouco depois de uma conversa telefônica com o líder russo, que o americano descreveu como “muito produtiva”.
“Putin e eu nos encontraremos em um local acordado em Budapeste para avaliar se podemos colocar fim a esta ‘guerra inglória’ entre Rússia e Ucrânia”, escreveu o presidente dos EUA.
Enquanto as negociações continuam, uma coisa é certa no Kremlin: a questão da região da Crimeia está resolvida.


