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      Israel enfrenta pressão interna e externa para cancelar nova ofensiva em Gaza

      O plano prevê expandir as operações militares contra o Hamas na região mais destruída do enclave palestino

      Palestinos, deslocados pela ofensiva israelense, abrigam-se em tendas, em meio a uma crise de fome, na Cidade de Gaza, em 1º de agosto de 2025. REUTERS/Dawoud Abu Alkas/ (Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas)
      Laís Gouveia avatar
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      Reuters - Israel vive um momento de intensa pressão política e diplomática para abandonar os planos de ampliar a ofensiva militar em Gaza. Segundo reportagem da Reuters assinada por Emily Rose e Nidal Al-Mughrabi, o projeto do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de tomar a Cidade de Gaza enfrenta resistência dentro do próprio gabinete, críticas de aliados internacionais e protestos nas ruas.

      O plano, aprovado por maioria no Conselho de Segurança de Israel na sexta-feira (8), prevê expandir as operações militares contra o Hamas na região mais destruída do enclave palestino. Contudo, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, integrante da ala mais à direita da coalizão, pediu publicamente que Netanyahu retire a proposta e adote uma estratégia mais agressiva. Em vídeo publicado no X no sábado (9), Smotrich declarou ter perdido a confiança no premiê e acusou o plano de ser apenas “mais do mesmo”, sem perspectiva real de vitória sobre o Hamas.

      A crítica interna soma-se a advertências do próprio Exército israelense, que teme que uma nova invasão da Cidade de Gaza coloque em risco os cerca de 20 reféns ainda vivos sob poder do Hamas e arraste as tropas para um prolongado e sangrento combate de guerrilha. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, apoiou o plano, mas ressaltou que só o considera positivo se for “apenas o primeiro passo” para uma ocupação total.

      A pressão não vem apenas de dentro. O chanceler da Itália, Antonio Tajani, alertou que “a invasão de Gaza corre o risco de se transformar em um Vietnã para os soldados israelenses” e defendeu uma missão das Nações Unidas liderada por países árabes para “reunificar o Estado palestino”, com participação italiana. O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir ainda neste domingo (10) para discutir a proposta israelense e os possíveis impactos humanitários.

      No sábado, milhares de manifestantes lotaram as ruas de Tel Aviv exigindo cessar-fogo imediato e a libertação dos reféns. No cenário internacional, cresce a preocupação com a escassez aguda de alimentos e água na Faixa de Gaza. Dados do Exército israelense indicam que quase 1.900 caminhões de ajuda humanitária entraram pela semana passada, mas a ONU afirma que a demanda é muito maior.

      Enquanto isso, episódios trágicos reforçam o alerta sobre a crise humanitária. No sábado, um garoto palestino de 14 anos morreu ao ser atingido por um pacote lançado em um airdrop humanitário em um acampamento de tendas no centro de Gaza. Segundo o governo local, já são 23 as mortes relacionadas a quedas de cargas aéreas desde o início do conflito, quase dois anos atrás. O Ministério da Saúde de Gaza também reportou mais cinco mortes por fome nas últimas 24 horas — entre elas duas crianças — elevando para 217 o número de vítimas de desnutrição, sendo 100 menores de idade.

      O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando militantes liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns. Desde então, segundo autoridades de saúde palestinas, a ofensiva israelense já causou mais de 61 mil mortes em Gaza e deixou grande parte do território em ruínas.

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