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Israel coloca Irã como prioridade de combate e deixa genocídio em Gaza em 'posição secundária'

Com bombardeios a instalações nucleares, Israel desloca foco da Faixa de Gaza para o Irã e desafia potências ocidentais a não interferirem

Benjamin Netanyahu (Foto: REUTERS/Ronen Zvulun)
Guilherme Levorato avatar
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247 - Em uma guinada decisiva no rumo da guerra, Israel declarou neste sábado (14) que o Irã se tornou sua principal frente de combate, relegando a Faixa de Gaza a um papel secundário em meio à escalada da tensão no Oriente Médio e o risco crescente de uma conflagração regional com envolvimento direto de potências como Estados Unidos, Reino Unido e França, informa o jornal O Globo.

A mudança estratégica foi anunciada pelas Forças Armadas israelenses após uma série de bombardeios a mais de 150 alvos em território iraniano nas últimas 24 horas. Os ataques, segundo Israel, tiveram como foco defesas aéreas, bases militares, lançadores de mísseis balísticos e instalações nucleares — incluindo a sensível usina de Fordow, usada no enriquecimento de urânio. Apesar dos danos ao entorno, autoridades iranianas afirmaram que os equipamentos do complexo haviam sido removidos antes do ataque.

Katz ameaça e Zamir anuncia domínio aéreo - O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, fez um pronunciamento direto após reunião de segurança com altos oficiais militares. Em tom ameaçador, declarou que o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, estaria conduzindo o país a uma catástrofe: “se [Khamenei] continuar a disparar mísseis contra a retaguarda israelense, Teerã vai queimar”. Segundo ele, o governo iraniano está “transformando os cidadãos do Irã em reféns”.

O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, tenente-general Eyal Zamir, afirmou que os ataques derrubaram barreiras estratégicas: “o caminho para Teerã está aberto. Nossas forças podem agora operar livremente sobre o espaço aéreo iraniano”.

Nove cientistas mortos e mais de 200 alvos atingidos - De acordo com autoridades israelenses, mais de 200 instalações nucleares e militares foram atingidas. Pelo menos nove cientistas nucleares iranianos foram mortos na ofensiva, que também resultou na destruição de sistemas antiaéreos. Israel admitiu, pela primeira vez, ter mirado diretamente Fordow, um dos centros mais protegidos do programa nuclear iraniano.

Do lado iraniano, o porta-voz da Organização de Energia Atômica, Behrus Kamalvandi, disse à agência estatal IRNA que os danos ao redor de Fordow foram “administráveis”. Construído em área subterrânea, o local é protegido por baterias antiaéreas e abriga centrífugas usadas no enriquecimento de urânio.

Teerã reage e ameaça bases ocidentais - No segundo dia da guerra aérea, o Irã respondeu com salvas de mísseis e drones. Segundo autoridades israelenses, a maioria dos projéteis foi interceptada, mas ao menos três pessoas morreram em Israel e dezenas ficaram feridas. Em solo iraniano, os ataques israelenses teriam deixado 78 mortos e mais de 300 feridos.

Diante da escalada, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, classificou os bombardeios como uma “declaração de guerra”. O governo iraniano alertou que qualquer tentativa de intervenção por parte dos EUA, Reino Unido ou França poderá resultar em ataques a bases militares e navios dessas nações na região.

Ocidente se divide; Trump promete apoio - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu país está comprometido com a defesa de Israel. Segundo a imprensa americana, tropas dos EUA já teriam participado da derrubada de mísseis iranianos.

O presidente da França, Emmanuel Macron, também sinalizou apoio a Tel Aviv. Já o Reino Unido, em posição distinta, negou envolvimento direto na ofensiva israelense e se absteve de participar da interceptação dos drones. Em conversa com Benjamin Netanyahu, o premiê britânico Keir Starmer reiterou o direito de Israel à autodefesa, mas enfatizou a importância de uma solução diplomática.

Papa Leão XIV faz apelo por diálogo - Em pronunciamento na Basílica de São Pedro, o Papa Leão XIV manifestou “grande preocupação” com a escalada militar e pediu responsabilidade dos líderes envolvidos. “Neste momento tão delicado, desejo renovar com força o apelo à responsabilidade e à razão”, afirmou. “Ninguém jamais deve ameaçar a existência de outro povo. É dever de todas as nações apoiar a causa da paz, iniciar caminhos de reconciliação e promover soluções que garantam segurança e dignidade para todos”.

Foi a declaração mais enfática do pontífice desde o início de seu papado, há cinco semanas.

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