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      Israel aprova plano para assumir controle da Cidade de Gaza

      Medida anunciada pelo gabinete de segurança de Netanyahu prevê ofensiva militar e evacuação de civis, enquanto cresce pressão por acordo de cessar-fogo

      Palestinos, deslocados pela ofensiva israelense, abrigam-se em tendas, em meio a uma crise de fome, na Cidade de Gaza, em 1º de agosto de 2025. REUTERS/Dawoud Abu Alkas/ (Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas)
      José Reinaldo avatar
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      247 - O gabinete de segurança política de Israel aprovou, na madrugada desta sexta-feira (8), um plano para que o exército assuma o controle da Cidade de Gaza, no norte do território palestino, ampliando as operações militares já em curso, informa a Reuters. A decisão ocorre apesar das críticas crescentes ao genocídio.

      “As Forças de Defesa de Israel (IDF) se prepararão para assumir o controle da Cidade de Gaza enquanto fornecem ajuda humanitária à população civil fora das zonas de combate”, informou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado oficial.

      O plano aprovado nesta sexta-feira foca especificamente na Cidade de Gaza. Segundo o jornalista Barak Ravid, do Axios, citando uma autoridade israelense, a estratégia inclui a evacuação de civis palestinos e o lançamento de uma ofensiva terrestre na região.

      Netanyahu reafirmou que Israel deseja controlar toda Gaza, para  entregá-la posteriormente a “forças árabes” que assumiriam a administração. “Não queremos mantê-lo. Queremos ter um perímetro de segurança. Não queremos governá-lo. Não queremos estar lá como um órgão governante”, declarou, sem detalhar quais países poderiam participar dessa governança.

      Fontes do governo israelense relataram que uma reunião anterior com o chefe das forças armadas, Eyal Zamir, foi tensa. Zamir teria rejeitado a expansão imediata da campanha. Entre os cenários avaliados, estava a tomada gradual de áreas ainda fora do controle militar israelense, precedida de alertas de evacuação à população.

      O gabinete de Netanyahu argumenta que as alternativas discutidas não garantiriam a derrota do Hamas nem o retorno dos prisioneiros israelenses. Hoje, segundo autoridades, 50 reféns permanecem detidos em Gaza, sendo 20 deles vivos. A maioria dos que foram libertados até agora resultaram de negociações diplomáticas, que entraram em colapso em julho.

      O Hamas classificou as declarações de Netanyahu como “um golpe flagrante” contra o processo de negociação. “Os planos de Netanyahu de expandir a agressão confirmam, sem sombra de dúvida, que ele busca se livrar de seus prisioneiros e sacrificá-los”, disse o grupo em nota.

      Países árabes também reagiram. Uma fonte oficial jordaniana declarou à Reuters que “a segurança em Gaza deve ser tratada por instituições palestinas legítimas” e que qualquer solução só terá apoio regional se contar com a concordância dos palestinos. O líder do Hamas, Osama Hamdan, afirmou à Al Jazeera que qualquer força designada para governar Gaza será considerada “ocupante” e ligada a Israel.

      No início do ano, Israel e Estados Unidos rejeitaram uma proposta egípcia, apoiada por líderes árabes, que previa a criação de um comitê administrativo de tecnocratas palestinos independentes para governar Gaza no pós-guerra.

      Pesquisas de opinião indicam que a maioria da população israelense defende um acordo que liberte os prisioneiros restantes. A Casa Branca não comentou o novo plano. O presidente dos EUA, Donald Trump, também evitou declarar se apoia ou não a medida.

      A ONU manifestou preocupação, classificando como “profundamente alarmantes” os relatos de uma possível ampliação das operações militares israelenses. Internamente, a ideia — defendida principalmente por ministros de extrema direita da coalizão de Netanyahu — também gera divisões.

      Enquanto isso, a situação humanitária se agrava. Imagens recentes de crianças famintas e de refugiados vivendo em tendas na Cidade de Gaza provocaram indignação global. Organizações internacionais alertam que o bloqueio e as ações militares intensificam a fome e a escassez de recursos em Gaza. 

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