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      Irã e Egito defendem unidade e ação internacional para conter genocídio em Gaza

      Chanceleres se reuniram na Arábia Saudita e pediram medidas urgentes contra ofensiva israelense

      Badr Abdelaty, chanceler do Egitor Abbas Araghchi (Irã) (Foto: Ministério das Relações Exteriores do Irã)

      247 - Os ministros das Relações Exteriores do Irã e do Egito reforçaram, em reunião neste domingo (24), a necessidade de intensificar a cooperação diplomática entre países muçulmanos para enfrentar a ofensiva de Israel em Gaza. O encontro ocorreu em Jidá, na Arábia Saudita, poucas horas antes da abertura da sessão extraordinária do Conselho de Ministros da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), marcada para os dias 25 e 26 de agosto.

      Durante a reunião, Abbas Araghchi, chanceler iraniano, e seu homólogo egípcio, Badr Abdelatty, enfatizaram que a prioridade deve ser conter o genocídio contra os palestinos e agilizar a chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Ambos destacaram ainda que a escalada militar e o cerco imposto por Israel têm provocado fome, deslocamentos forçados e uma grave crise humanitária na região.

      Araghchi afirmou que a resistência comum às políticas expansionistas de Tel Aviv depende de uma mobilização conjunta. “A solidariedade e a unidade entre os países muçulmanos diante de ameaças comuns, especialmente a agenda expansionista do regime israelense, são de particular importância”, disse o ministro iraniano.

      Os dois diplomatas concordaram que consultas regulares em instâncias regionais e multilaterais são indispensáveis para evitar a ampliação das crises e preservar a estabilidade do Oriente Médio. Eles pediram que os países membros da OCI adotem medidas imediatas e coordenadas para frear a ofensiva israelense e pressionar pela abertura de corredores humanitários.

      Discussões na OIC e medidas legais contra Israel

      Na pauta da reunião extraordinária da OCI, liderada pela Turquia, está o plano de Israel de ocupar totalmente a Cidade de Gaza, além de denúncias sobre crimes de fome e ataques contra locais sagrados islâmicos. Os ministros também debatem formas de ampliar a pressão internacional, incluindo a possibilidade de ações jurídicas contra autoridades israelenses e a articulação de esforços em torno das resoluções já aprovadas pela ONU.

      Em artigo publicado no jornal Asharq al-Awsat, antes do início da conferência, Araghchi advertiu que o projeto de um “Grande Israel” representa uma séria ameaça à paz e à segurança globais. O chanceler iraniano defendeu que os países muçulmanos reforcem sua determinação coletiva diante desse cenário.

      Reaproximação histórica entre Irã e Egito

      O encontro bilateral também simboliza uma nova fase nas relações diplomáticas entre Teerã e Cairo, que por décadas mantiveram contatos limitados. A reaproximação começou em 2023, mediada pelo Iraque, e ganhou força em dezembro de 2024, quando o presidente iraniano Masoud Pezeshkian visitou o Egito e se reuniu com o presidente Abdel Fattah el-Sisi — a primeira visita de um líder iraniano a um país árabe em mais de dez anos.

      Em 2025, a cooperação entre os dois países avançou em ritmo acelerado, especialmente em torno da questão palestina. O Egito rejeitou a ofensiva israelense contra o Irã, enquanto ambos condenaram de forma conjunta os planos de ocupação militar de Gaza e o deslocamento forçado da população local.

      A reunião em Jidá, portanto, reflete não apenas a busca por respostas urgentes à tragédia humanitária em Gaza, mas também a consolidação de uma aliança regional inédita entre Irã e Egito em defesa da causa palestina.

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