Irã denuncia campanha de ‘iranofobia’ orquestrada pelos EUA e aliados europeus
Governo iraniano acusa o Ocidente de espalhar mentiras para encobrir o genocídio em Gaza e apoiar grupos terroristas anti-iranianos
247 - O governo do Irã repudiou nesta quinta-feira (31) uma série de acusações feitas pelos Estados Unidos, Reino Unido, França e outros 11 países europeus, qualificando-as como “infundadas, ridículas e politicamente motivadas”. As declarações foram feitas pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqai, durante uma coletiva de imprensa em Teerã, e repercutidas pela emissora hispano-iraniana HispanTV.
Segundo o diplomata iraniano, os países ocidentais acusaram o Irã, sem apresentar qualquer prova, de envolvimento em supostos planos para “assassinato”, “sequestro” e “intimidação” de pessoas na Europa e América do Norte. A nota conjunta ainda alegou violações de soberania e conexões com redes criminosas internacionais.
Baqai rejeitou veementemente as alegações e afirmou que elas “têm por objetivo desviar a atenção internacional do genocídio em curso na Palestina ocupada, especialmente na Faixa de Gaza, cometido por Israel com o apoio ativo ou o silêncio cúmplice dos países signatários dessa declaração”.
Para o porta-voz, as acusações se inserem em uma estratégia de “iranofobia deliberada”, com o objetivo de “criar pressão política e demonizar o povo iraniano”, além de ocultar as verdadeiras ações de apoio do Ocidente ao terrorismo. “Os Estados Unidos, a França e os demais países que assinam essa declaração anti-iraniana devem ser responsabilizados por seu apoio a elementos e grupos terroristas e violentos, que eles abrigam e financiam, em violação ao direito internacional”, afirmou Baqai.
Entre os exemplos citados, o representante do governo iraniano mencionou o apoio contínuo de Washington e de várias capitais europeias a organizações contrarrevolucionárias como os Mujahedin-e-Khalq (MKO), também conhecidos como Organização dos Mujahideen do Povo do Irã, acusada de envolvimento direto em ataques sangrentos e no assassinato de milhares de civis e autoridades iranianas nas últimas décadas.
O diplomata também denunciou os ataques militares perpetrados contra o Irã no mês de junho por forças dos Estados Unidos e de Israel, classificando-os como parte de uma ofensiva coordenada para minar a soberania iraniana e intimidar sua população. Segundo ele, esses ataques, assim como a campanha contra o país nos fóruns diplomáticos, representam uma violação clara da Carta das Nações Unidas. “A Europa se torna cúmplice da agressão israelense ao apoiar esse tipo de retórica. Não só ignoram o sofrimento do povo palestino, como também tentam criminalizar a resistência legítima e a soberania iraniana”, declarou Baqai.
O porta-voz também condenou um recente atentado terrorista contra o Ministério Público na cidade iraniana de Zahedan, no sudeste do país, apontando os Estados Unidos como responsáveis indiretos pelo ataque. “Esses crimes não acontecem no vácuo. Há financiamento, proteção e motivação política por trás deles, oferecidos pelo Ocidente”, disse.
Ao encerrar sua fala, Esmail Baqai alertou para o impacto das campanhas de desinformação e da instrumentalização da diplomacia ocidental contra o Irã. Segundo ele, as ações coordenadas por Washington e seus aliados não apenas violam normas internacionais, mas também representam “uma ameaça à estabilidade regional e à convivência pacífica entre os povos”. “Tais comportamentos irresponsáveis e inaceitáveis devem ser denunciados pela comunidade internacional. O mundo precisa reconhecer quem são os verdadeiros fomentadores do terrorismo e da instabilidade no Oriente Médio”, concluiu.
O Irã reafirmou que seguirá defendendo seus direitos soberanos e continuará a denunciar, em todos os fóruns diplomáticos, a ocupação israelense da Palestina e o apoio do Ocidente a grupos terroristas que operam contra a segurança do povo iraniano.
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