EUA condenam a Flotilha Global Sumud, em demonstração de cumplicidade com os crimes do sionismo agressor
Governo Trump diz que a Flotilha é uma “provocação desnecessária”
247 - Na quinta-feira (2), o Departamento de Estado dos EUA chamou a missão da Flotilha Sumud Global que atua no sentido de romper o cerco brutal do regime israelense a Gaza de "uma provocação deliberada e desnecessária". A posição estadunidense vai na contramão do apoio internacional à Flotilha após sua interceptação por Israel quando as embarcações estavam a cerca de 74 milhas náuticas (aproximadamente 137 quilômetros) da costa.
Diante do silêncio de muitos governos europeus, milhares de pessoas foram às ruas em vários países europeus, asiáticos e latino-americanos para protestar contra a mais recente atrocidade israelense. Manifestações ainda maiores são esperadas neste fim de semana, enquanto aguardam a resposta de Israel aos tripulantes detidos.
A declaração dos Estados Unidos, classificando como “provocação desnecessária” a missão humanitária da Flotilha Global Sumud, revela mais uma vez a face do imperialismo que sustenta e legitima as ações do regime israelense contra o povo palestino. Longe de ser uma avaliação neutra, a fala do Departamento de Estado expõe uma cumplicidade estrutural com o sionismo agressor que, há décadas, impõe sofrimento e morte na Faixa de Gaza.
Enquanto dezenas de ativistas internacionais se arriscaram em alto-mar para romper o bloqueio e levar alimentos, remédios e suprimentos básicos a uma população exaurida pela fome e pela guerra, Washington optou por criminalizar a solidariedade.
A posição norte-americana não apenas ignora o caráter pacífico e humanitário da missão, mas se coloca como avalista da violência israelense, que, ao interceptar a flotilha em águas internacionais, violou convenções internacionais de livre navegação e atacou civis desarmados.
Ao classificar a ação da flotilha como “provocação”, os EUA invertem a lógica da realidade: provocação é o bloqueio de mais de uma década que transforma Gaza em uma prisão a céu aberto; provocação é o descumprimento reiterado das resoluções da ONU; provocação é bombardear civis, negar-lhes água potável, energia e assistência médica.
Essa postura, portanto, não é mero equívoco diplomático — é cumplicidade ativa. Os Estados Unidos, maior aliado militar e político de Israel, fornecem as armas, o respaldo político e a cobertura diplomática que permitem a continuidade das agressões. Ao condenar a flotilha, Washington se coloca no campo oposto ao direito internacional, aos direitos humanos e à justiça histórica do povo palestino.
A hipocrisia também salta aos olhos: o mesmo governo que afirma “proteger seus cidadãos” foi incapaz de defender os próprios norte-americanos que estavam a bordo da missão humanitária, preferindo alinhamento automático com Tel Aviv. Trata-se de mais um capítulo de uma longa trajetória em que os EUA, em nome da geopolítica e do domínio imperial, sustentam as violações mais brutais do Estado de Israel, tornando-se corresponsáveis diretos pela tragédia palestina.