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      Eslováquia desafia UE e planeja depender 100% do gás russo ainda em 2025

      Apesar de sanções europeias, estatal eslovaca SPP afirma que o gás russo é mais barato e defende manutenção do contrato com a Gazprom até 2034

      Uma vista mostra a planta de processamento de gás de Orenburg da Gazprom na região de Orenburg, Rússia, em 1º de setembro de 2023 (Foto: REUTERS/Alexander Manzyuk)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A maior companhia de gás natural da Eslováquia, a Slovensky Plynarensky Priemysel (SPP), anunciou que pretende abastecer-se integralmente com gás russo a partir de 2025, segundo reportagem publicada pela agência Bloomberg. A decisão surge em meio à pressão da União Europeia para que os países-membros encerrem qualquer relação comercial com a Rússia no setor energético até o fim de 2027.

      De acordo com a matéria, a SPP justificou a medida com base no custo-benefício: “O gás russo é o mais econômico para nós, por isso o priorizamos”, afirmou Michal Lalik, diretor de comércio da empresa. Ele ainda detalhou que a companhia pode adquirir “100% de nossas necessidades, cerca de 8 milhões de metros cúbicos por dia”.

      A declaração contraria os esforços de Bruxelas para reduzir a dependência energética em relação a Moscou. O plano europeu RePowerEU prevê, já em janeiro do próximo ano, a proibição de contratos spot — ou seja, acordos de curto prazo — com a Rússia, além do veto a novos contratos de gás por gasodutos ou GNL (gás natural liquefeito).

      Resistência eslovaca ao projeto europeu

      A postura da Eslováquia, assim como a da Hungria, tem sido de resistência à imposição do bloco. Ambos os países negociaram isenções transitórias que lhes permitirão continuar comprando gás russo com base em contratos de longo prazo com a Gazprom. No caso eslovaco, o acordo atual é válido até 2034 e o fornecimento é feito pelo gasoduto TurkStream, que contorna a Ucrânia.

      A medida europeia, ao vedar as compras de gás russo por outros países, pode, paradoxalmente, liberar capacidade nos gasodutos para que Eslováquia e Hungria ampliem seus volumes contratados com a estatal russa, como apontou a Bloomberg.

      O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, tem criticado com veemência a política energética do bloco. Na semana passada, ele classificou a proposta como “imbecil”, defendendo que ela ameaça a segurança energética nacional e a estabilidade do mercado europeu. Bratislava chegou a levantar o veto ao 18º pacote de sanções da UE contra a Rússia após receber garantias da Comissão Europeia sobre o abastecimento de gás.

      Alerta sobre impacto econômico

      Para os líderes empresariais eslovacos, o risco de perder acesso ao gás mais barato da Rússia poderia ter efeitos devastadores. Roman Karlubik, vice-presidente da Federação das Associações Patronais da Eslováquia, alertou que, sem o TurkStream, o país teria que recorrer a rotas ocidentais — passando por Alemanha, Áustria e República Tcheca — o que encareceria os custos logísticos.

      “Disparidades de preços dentro do supostamente unificado mercado europeu de energia distorcerão a competição e enfraquecerão severamente a posição das empresas eslovacas”, afirmou Karlubik, refletindo a preocupação de diversos setores industriais do país.

      (Com informações da agência RT)

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