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China e Rússia se opõem à restauração de sanções contra o Irã

Ao mesmo tempo, Teerã considera importante a próxima reunião com França, Alemanha e Reino Unido sobre o programa nuclear

Bandeiras do Irã em Teerã - 08/12/2024 (Foto: Majid Asgaripour/WANA via REUTERS)

247 - China e Rússia se posicionaram contra o uso indevido do mecanismo de restauração de sanções previsto no Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), informou nesta quarta-feira (23) o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Kazem Gharibabadi.

“China e Rússia são contrárias ao abuso desse mecanismo de snapback, e se opõem a isso... Aliás, Irã, China e Rússia, como três participantes do JCPOA, vão coordenar suas posições e adotaremos uma posição unificada sobre esse assunto”, declarou Gharibabadi a jornalistas, de acordo com a Sputnik.

Gharibabadi também afirmou que o Irã responderá caso Alemanha, França e Reino Unido optem por restabelecer sanções contra o país.

“Eles, na verdade, não têm o direito de acionar esse mecanismo de snapback [de restauração de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã], e se acionarem, vocês sabem que o Irã também não ficará parado. Nós vamos responder. Vamos reagir. Precisamos responder a isso”, declarou.

Ao mesmo tempo, segundo o diplomata, Teerã considera importante a próxima reunião com França, Alemanha e Reino Unido, mas advertiu que os países europeus não devem alinhar sua posição com os Estados Unidos.

Programa nuclear - Representantes do Irã, da Rússia e da China concordaram em dar continuidade às consultas sobre o programa nuclear iraniano durante uma reunião realizada na capital iraniana, informou a agência de notícias Tasnim.

O encontro trilateral entre delegações diplomáticas dos três países ocorreu na terça-feira (22) no Ministério das Relações Exteriores do Irã.

Segundo a Tasnim, os representantes discutiram “a situação mais recente das negociações nucleares e a suspensão das sanções”. Ainda conforme a agência, os participantes enfatizaram “o forte desejo de seus governos em manter consultas estreitas” e decidiram que as reuniões trilaterais continuarão nas próximas semanas, em diferentes níveis diplomáticos.

Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, declarou à Fox News que Teerã poderia considerar a possibilidade de negociar diretamente com os Estados Unidos no futuro, desde que Washington esteja disposto a dialogar “em pé de igualdade” e com base no respeito mútuo.

Uma fonte diplomática em Genebra confirmou à Sputnik que novas negociações sobre o programa nuclear iraniano, com a participação de França, Alemanha, Reino Unido e Irã, serão realizadas em Istambul. Já o porta-voz da chancelaria iraniana, Esmail Baghaei, informou que Teerã e os três países europeus planejam uma reunião nesta sexta-feira, com presença de vice-chanceleres.

O Irã nega que seu programa nuclear tenha fins militares. Em 18 de junho, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que o órgão não encontrou evidências concretas de que o Irã possua um programa ativo de armas nucleares.

O acordo nuclear, formalmente conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), foi assinado em 2015 por Irã, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, China e Rússia. O pacto previa o fim de sanções econômicas em troca da limitação do programa nuclear iraniano. No entanto, os EUA se retiraram do acordo em maio de 2018 e retomaram as sanções contra Teerã. Em resposta, o Irã passou a reduzir gradualmente seus compromissos, abandonando restrições relacionadas à pesquisa nuclear e ao nível de enriquecimento de urânio. (Com informações da Sputnik).

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